MAIS UM CASO

MP abre nova investigação sobre enfermeira que não vacinou idoso em Goiânia

Promotora Marlene Nunes Bueno destaca que duas enfermeiras já foram ouvidas, além do filho do policial aposentado

MP abre nova investigação sobre enfermeira que não vacinou idoso em Goiânia (Foto e vídeo: Leitor/Mais Goiás)

A promotora Marlene Nunes Bueno abriu, nesta quinta-feira, investigação a respeito do segundo caso de enfermeira que aplica agulha, mas não injeta vacina em Goiânia. O episódio aconteceu na manhã desta quinta-feira, no posto de imunização que fica na Área 1 da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). O idoso lesado é o aposentado Osvaldo Peres, 84, e a irregularidade foi percebida pelo filho dele, Leonardo Peres, de 45 anos, que protestou.

A promotora já ouviu duas enfermeiras que estavam no local naquele momento e o filho do aposentado. A profissional que está sob investigação ainda não foi ao Ministério Público. Marlene Nunes afirma que recomendou à Secretaria Municipal de Saúde providências para deixar o fluxo de vacinação mais transparente e sugeriu que, a partir de agora, a aplicação do imunizante seja feita em duplas – em que uma enfermeira fiscalizaria a outra.

Relembre o caso

O caso foi flagrado em vídeo pelo filho do idoso. Na gravação, a mulher diz: “Graças a deus, a partir de hoje o senhor está mais protegido.” Nesse momento, ela insere a agulha no braço do homem e puxa o êmbolo, mas não o aperta para a injeção do líquido. Leonardo, ao perceber a irregularidade, já questiona.

“Senhora, a senhora não aplicou nada aí não, senhora. Para com isso, ajuda nós (sic)”. A mulher então pede desculpas “de verdade” e troca seringa e agulha para refazer a aplicação.

Segundo Leonardo, tudo transcorria dentro da normalidade até quando chegou a vez o pai. “Na hora a gente fica incrédulo, vemos na TV essas situações e não acreditamos que pode acontecer conosco. Depois que eu briguei com ela, a vacinação de fato aconteceu. No entanto, fica a dúvida, será que esse ‘erros’ vem ocorrendo em larga escala?”, questiona.

Feliz, apesar de tudo

De acordo com ele, o pai, que ficou a pandemia toda isolado em casa para não correr riscos, ficou sem entender a situação. No entanto, apesar do suposto erro, ele se alegra por ter adquirido o imunizante. “Estamos muito felizes que a vacina foi viabilizada dentro de um ano de pandemia”, completa Leonardo.

SMS investiga

De acordo com a SMS, a servidora é vinculada à Associação dos Funcionários do Fisco do Estado de Goiás (Affego-Saúde), instituição parceira na campanha de vacinação contra covid-19. “A SMS e a AFFEGO estão investigando o episódio para tomar as medidas cabíveis. Vale ressaltar que o idoso foi vacinado”, diz o documento.

A pasta afirma ainda ter adotado um protocolo de segurança na vacinação contra a Covid-19, no qual enfermeiros e técnicos de enfermagem trabalham em dupla, sendo que um deles mostra a seringa antes do preparo e também após a aplicação da dose para a pessoa que será vacinada e o acompanhante. “Também temos estimulado que o gesto vacinal seja filmado, para oferecer maior tranquilidade à população”.

O Mais Goiás tentou contato com Affego, que não quis se pronunciar.