MP denuncia cinco pessoas por estelionato contra postos de combustíveis
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou cinco pessoas por estelionato praticado contra postos de…
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou cinco pessoas por estelionato praticado contra postos de combustíveis localizados em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Segundo o órgão, o grupo se apresentava como proprietário de empresas construtoras, fazia cadastro nos estabelecimentos, comprava combustíveis a prazo, mas não pagava. Prejuízo estimado é de mais de R$ 120 mil. Em julho, quatro pessoas foram presas pelo crime em operação da Polícia Civil.
Entre os denunciados estão: o vendedor Diego Machado da Silva, o autônomo Geovani Rosa Martins, e os empresários Renato Cadete Batista, Cristiano Henrique Freitas Rezende e Juliana Gondim. Conforme expõe a denúncia do promotor Lauro Machado Nogueira, os citados e outras pessoas ainda não identificadas se juntaram entre fevereiro e julho para, supostamente, praticar os crimes.
De acordo com o MP, o idealizador do golpe e o responsável por liderar o grupo seria o vendedor Diego Machado. Era ele quem mantinha contato com os postos de combustíveis, se apresentava para gerentes e donos de estabelecimentos via WhatsApp e passava-se por proprietário ou sócio de empresas de engenharia para pedir prazo no pagamento.
Após o contato inicial, os representantes exigiam o envio da documentação da empresa para abertura e aprovação do cadastro. Tudo era feito eletronicamente, sem contato pessoal, sob o argumento da necessidade de isolamento social em razão da pandemia do novo coronavírus. Os documentos das empresas eram falsificados em três lan houses localizadas em Trindade, a partir de informações coletadas na internet ou em consultas à Junta Comercial de Goiás (Juceg).
Segundo a denúncia, a documentação falsificada acabava induzindo a erro os responsáveis pela análise de crédito dos postos de combustíveis, que aprovavam cadastro e permitiam o abastecimento para pagamento posterior. Após a aprovação nos estabelecimentos, o grupo retirava combustível até duas vezes por semana, até que os responsáveis pelos postos percebessem o golpe.
Funções
Conforme relata o Ministério Público, além de Diego, que liderava todo o esquema, o grupo contava com outras pessoas para a prática do estelionato. Renato Cadete Batista tinha como tarefa principal buscar os blocos de requisição de combustível, para serem assinados e carimbados, possibilitando o abastecimento. Tais documentos, porém, eram falsificados e os estabelecimentos só descobriam o golpe quando enviavam e-mails com os boletos de pagamento para as empresas cujos nomes eram utilizados para as compras.
A função de Geovani Rosa Martins era receber o combustível e negociar a venda para os receptadores, bem como providenciar o transporte da carga e o recebimento da revenda em dinheiro. Cristiano Henrique Freitas Rezende e Juliana Gondim passaram integrar o grupo após a primeira compra de combustível por um preço inferior ao de mercado.
A denúncia narra que os dois são proprietários de uma empresa de transporte de pessoas, com frota de ônibus em Trindade e em Palmeiras de Goiás. Eles deixaram de atuar como receptadores e passaram a agir como associados, pois passaram a tomar todas as providências pessoalmente para obtenção de novo carregamento de combustível.