CÁRCERE PRIVADO

MP denuncia clínica de reabilitação por internação forçada de pacientes em Aparecida

Os quatro denunciados estão presos desde o mês de abril

(Foto: Reprodução)

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) denunciou quatro pessoas de uma clínica de reabilitação de Goiânia pela apontada internação forçada de quase 40 pessoas, em Aparecida de Goiânia. Os quatro denunciados estão presos desde o mês de abril.

Conforme narrado pelo MP-GO, Marcos Dhouglas era o responsável legal pela Clínica de Reabilitação Terapêutica Filhos do Reino e recebia os valores pagos por familiares das vítimas. Leilislany, além de companheira de Marcos Dhouglas, era a enfermeira responsável pela medicação dos pacientes, enquanto Fernando Wesley tinha o cargo de coordenador, atuando na segurança. Já Thiary Thais era a psicóloga responsável pelos atendimentos dos internos.

O órgão denuncia que, em um dos casos, uma equipe da clínica foi até a residência de uma das vítimas e a obrigou a tomar um medicamento, que a deixou dopada. Em seguida, esta pessoa foi levada para o estabelecimento contra a vontade dela.

Ainda de acordo com o MP-GO, dos 40 internos no local, 39 relataram que estavam internados contra a vontade e que foram levados para lá por uma prática conhecida por “resgate”, que segundo o MP-GO “era praticada por uma equipe formada por três a cinco homens, que se dirigiam para o local onde as vítimas estavam a pedido dos familiares”.

Agressões

Na denúncia, o Ministério Público relata que as vítimas eram obrigadas a realizar a limpeza da clínica, enquanto seus familiares pagavam mensalmente pela internação e tratamento, acreditando que estariam realizando tratamento de dependência alcoólica ou química.

No local, duas vítimas afirmaram que sofreram agressões físicas consistentes e enforcamento pelos monitores da clínica de reabilitação. Além disso, uma delas já estava internada na clínica de reabilitação há mais de um ano e dois meses.

O MP-GO denunciou os quatro responsáveis da clínica pelos crimes de associação criminosa, sequestro e cárcere privado. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos denunciados. A espaço permanece aberto.