MP denuncia delegado investigado por estupro contra ex-miss trans em Goiânia
Além do crime de estupro, o delegado também foi denunciado por dirigir bêbado
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu denúncia contra o delegado Kleyton Manoel, investigado por suposto estupro contra a ex-miss trans Jade Fernandes, de 23 anos. Além do crime de estupro, o delegado também foi denunciado por dirigir bêbado.
De acordo com a denúncia, o Kleyton Manoel constrangeu a ex-miss, “mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal”. Além disso, conforme o MP, o delegado ingeriu bebida alcoólica e conduziu o veículo com a “capacidade psicomotora alterada pelo álcool”. Agora, a Justiça de Goiás decidir se torna o delegado réu ou não.
Jade Fernandes acusou o delegado, da 8ª Delegacia Distrital de Goiânia, de ter cometido o crime após saírem de uma boate na capital, no início de janeiro. O homem nega as acusações.
Em depoimento prestado à Polícia, a ex-miss trans denunciou que estava em uma boate para comemorar o aniversário de um amigo jornalista. O delegado Kleyton Manoel também estava no local. De acordo com a vítima, ela, o suspeito e uma terceira mulher combinaram de ir para um outro local.
Durante o trajeto, porém, a passageira perguntou se Jade era mulher ou homem. Segundo a denúncia, neste momento, o delegado cancelou o combinado de saírem e se ofereceu para levar as mulheres em casa. Ele deixou uma delas no Jardim Novo Mundo, e foi para o Setor Jaó para deixar Jade em casa.
De acordo com a ex-miss trans, no percurso, Kleyton parou o carro em um lugar escuro, colocou o órgão genital para fora e perguntou o que eles fariam. Jade afirma que disse não querer ter relações sexuais, e, a partir daí, o delegado teria se mostrado agressivo. A mulher narra que foi colocada a força dentro do porta-malas do carro e estuprada. Depois do crime, a vítima foi mantida no porta-malas até chegar na casa em que mora.
Um vídeo de câmeras de monitoramento mostra quando Jade sai do carro nua. Após ser socorrida por um amigo que mora com ela, a trans foi levada a um hospital e realizou exame de corpo de delito. Ela disse que pensou em não denunciar o crime por medo.
Em nota no início das investigações, Kleyton disse que ficou abalado com a situação e que irá provar a inocência dele. O delegado também repudiou as acusações.
A pena prevista para o estupro é de 6 a 10 anos de prisão. Já para o crime de dirigir embriagado a pena é de 6 meses a 3 anos de prisão, além de multa e, inclusive, proibição ou suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).