MP denuncia Hian por morte de Danilo e pede soltura do padrasto da vítima

O Ministério Público ofereceu denúncia contra o servente de pedreiro Hian Alves de Oliveira pela morte do menino Danilo de Souza Silva, de 7 anos, em uma matagal no Setor Parque Santa Rita, em Goiânia. O órgão pediu, ainda, a soltura do padrasto da vítima, que foi preso suspeito do crime, mas inocentado pela Polícia Civil posteriormente.

Segundo a denúncia realizada pela promotora de Justiça Renata de Oliveira Marinho e Sousa, Hian vai responder por homicídio por motivo torpe, mediante emprego de meio cruel, consistente em asfixia e dissimulação. Conforme aponta o órgão, o crime ocorreu por volta das 17h do último dia 21 de julho e teria sido motivado por ciúme.

Ciúmes

Os autos mostram que o ciúme teria iniciado após o pastor Fabiano Martins da Silva, “pai adotivo” de Hian, passar a ajudar também a família do padrasto. Com a intenção de prejudicar o homem, o servente de pedreiro decidiu matar a criança para que a responsabilidade recaísse sobre o padrasto que não era bem visto na região e já ostentava histórico de violência doméstica contra a mulher, fato conhecido na comunidade.

O indiciado confessou o crime durante a investigação policial e disse que atraiu a vítima prometendo-lhe uma pipa. Hian pegou uma vara que havia afiado dias antes e entrou com a criança para dentro de uma mata na região. Ainda de acordo com a denúncia, o servente jogou Danilo no chão lamacento e forçou o rosto do menino para baixo fazendo com que ele aspirasse lama. Por fim, pegou a vara que levou e espetou a vítima na nádega para conferir que não mais reagiria.

A promotora de Justiça também entendeu que não ser necessário o retorno dos autos para a Delegacia de Polícia para que Hian seja novamente interrogado, agora com a presença de seu advogado, conforme pedido da defesa.

“Os autos trazem elementos probatórios outros, importantes e suficientes que lastreiam a denúncia de forma independente do interrogatório. O réu será ouvido em juízo, na presença de seu advogado e devidamente instruído, onde poderá contar, ou não, o que entender necessário e importante para o esclarecimento dos fatos”, afirmou Renata de Oliveira Marinho e Sousa.

Acusação falsa

A denúncia narra que Hian Alves de Oliveira chegou a unir-se na busca pela criança, para que não fosse tido como suspeito. Depois do encontro do corpo, ele apontou o padrasto como suspeito. Entretanto, as provas produzidas indicaram que o padrasto da criança estava em outro lugar na hora do crime.

Neste sentido, o órgão pede a soltura do padrasto da vítima, uma vez que nenhuma imputação a ele foi dirigida.

Conforme apontado pelo MP, o homicídio foi cometido por motivo torpe, uma vez que o denunciado sentiu ciúmes pelo fato de o pastor com quem morava ajudar a família da vítima. O meio utilizado foi cruel, pois o crime foi executado com asfixia mecânica por afogamento em lama.