OPERAÇÃO VENDILHÕES

MP divide organização criminosa de padre Robson em quatro núcleos; veja

Último núcleo é formado pela família do padre, que seria beneficiária dos supostos crimes

Padre Robson de Oliveira (Foto: Facebook)

A denúncia recebida, nesta quinta-feira, pela juíza Placidina Pires (que transformou o padre Robson de Oliveira e outras 17 pessoas em réus) divide os envolvidos em quatro núcleos. Estes núcleos fazem parte da narrativa construída pelo Ministério Público do Estado, que conduziu a investigação até aqui e é o autor da denúncia. 

O último destes quatro núcleos é formado pela família do padre Robson, que teria se beneficiado por uma parcela substancial dos recursos supostamente desviados da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). A denúncia menciona pelo quatro transações em que isso teria ocorrido e diz que o dinheiro “foi supostamente utilizado para pagar despesas pessoais e para aquisição de bens imóveis em favor da família do padre”. 

O Mais Goiás mostra agora quais são os núcleos descritos pelo MP:  

1. O núcleo da família Cabriny

Em tese, este grupo era composto por Onivaldo Oliveira Cabriny; o vice-prefeito de Trindade, Gleysson Cabriny; e Bráulio Cabriny de Almeida Costa. O trio, de acordo com a denúncia do Ministério Público, auxiliava o padre Robson a ocultar patrimônio mediante a celebração de negócios jurídicos simulados. O grupo também teria ajudado a desviar patrimônio das Afipes. O trio é dono da empresa GC Construtora e Incorporadora. 

Citado em operação contra padre Robson, vice-prefeito de Trindade alega inocência
Gleysson Cabriny (Foto: Divulgação)

2. O núcleo operacional

A investigação do Ministério Público diz que cinco pessoas – importantes para o padre Robson – participavam deste núcleo: Rouane Caroline Azevedo Martins, Anderson Reiner Fernandes, Gustavo Leonardo Naciff do Nascimento, José Pereira César e Paulo César Campos Corrêa. Rouane é indicada como braço direito do padre. Anderson teria usado sua formação jurídica para organizar fraudes em transações ilícitas com laranjas. Gustavo, o responsável por negociações com imóveis rurais. José Pereira era o contador das Afipes, que supostamente cuidava de apagar rastros criminosos. E Paulo César possivelmente gerenciou a Rede Demais, uma das empresas criadas para desviar recursos das Afipes. 

3. O núcleo dos laranjas

Em tese, composto por Celestina Celis Bueno, Rodrigo Luis Mendoza, Ana Verônica Mendoza e Anderson Matheus Reiner Fernandes. Eles teriam cedido os seus nomes para aquisição de bens (casas, lotes, apartamentos, empresas) e para ocultar movimentações financeiras criminosas. 

4. O núcleo dos beneficiários

Este é o grupo que, em tese, se beneficiou dos crimes praticados contra o patrimônio da Afipe. No centro dele, está o padre Robson. Ao seu redor, está a sua mãe, Elice de Oliveira Pereira; o pai, José Celso Pereira; as irmãs, Adrianne de Oliveira Pereira e Joselice de Oliveira Pereira; e o irmão, Jeferson de Oliveira Pereira. 

Veja aqui a íntegra da decisão da juíza Placidina Pires.