Justiça

MP eleitoral representa ação contra policial que orientou propaganda ilegal a Bolsonaro em Luziânia

Caso aconteceu em outubro do ano passado. Vídeo mostra policiais cantando mensagens em apoio ao político durante treinamento

O Ministério Público Eleitoral propôs uma representação eleitoral por conduta proibida contra o policial militar Ionilde de Oliveira. O documento, oficializado na 19ª Zona Eleitoral de Luziânia, é devido a conduta do servidor em realizar campanha ilegal para o então candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), em outubro do ano passado.

De acordo com o documento assinado pelo promotor eleitoral Juliamar Alexandro da Silva, Ionilde, que era coordenador do curso de praças da PM, programou para o último dia de curso uma corrida matinal pelas ruas da cidade, ocorrido no dia 18 de outubro.

Assim, de acordo com o MP eleitoral, atividade física corria normalmente, com os miliares entoando a canção da corporação. Entretanto, já no final do percurso, nas proximidades do batalhão e sob comando do policial, a tropa cantou mensagens a favor de Bolsonaro. A ação foi gravada em vídeo, que viralizou nas redes sociais.

Na gravação, é possível ver diversos soldados pronunciando ” dia 28 [data do segundo turno das eleições] é Bolsonaro na cabeça” e “ei, cidadão, por favor fica contente, ano que vem é Bolsonaro presidente!”.

De acordo com a legislação eleitoral, é proibido que agentes públicos tenham condutas que possam afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais por meio de ações ou serviços que sejam custeados pelos governos ou casas legislativas que excedam as prerrogativas existentes nos regimentos e normas dos órgãos que integram, no caso, o Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Goiás. Em caso de descumprimento à norma acarretará a suspensão imediada da conduta e a aplicação de multa aos responsáveis.

O Mais Goiás entrou em contato com a Polícia Militar e, até o fechamento dessa matéria, não obtivemos retorno. O portal não conseguiu contato com o advogado do policial. O espaço permanece aberto para manifestação.