Abuso sexual

MP-GO recorre da decisão de soltar ginecologista suspeito de abusar de pacientes

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) recorreu da decisão da justiça de soltar o ginecologista…

O Ministério Público de Goiás (MP-GO) recorreu da decisão da justiça de soltar o ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos. Ele é suspeito de abusar sexualmente de diversas pacientes e estava preso há cinco dias no município de Anápolis, a cerca de 60 km de Goiânia.

De acordo com o MP-GO, as investigações da Polícia Civil (PC) apontam para a existência de mais de 50 vítimas até o momento, a maioria delas pelo crime de violação sexual mediante fraude. O órgão argumentou também que a ordem pública ainda está abalada diante da gravidade dos crimes.

A promotora responsável pelo recurso, Camila Fernandes Mendonça, afirmou que a prisão é necessária para garantir que outras vítimas procurem a justiça. Além disso, é importante também para que as que já denunciaram sintam-se livres e destemidas para reiterar os fatos em juízo.

Por fim, a promotora ressaltou que que algumas mulheres relataram que sentem medo de prosseguir com as denúncias e de que algo possa acontecer a elas com o médico em liberdade.

Mais de 50 mulheres denunciaram o ginecologista

A Polícia Civil de Goiás confirmou nesta segunda (4) que 53 mulheres já denunciaram o ginecologista por abuso sexual desde sua prisão, na última quarta-feira (29). Nicodemos já havia passado por audiência de custódia e o juiz decidiu mantê-lo em prisão preventiva.

Ao Mais Goiás, a delegada responsável pelo caso, Isabella Joy, contou que das denúncias registradas até agora 52 são de violação sexual mediante fraude e uma é de estupro de vulnerável, referente a uma jovem que tinha 12 anos de idade à época em que o médico teria cometido o abuso.

A delegada informou também que uma das denúncias diz respeito a uma cirurgia que Nicodemos Júnior teria oferecido a uma paciente em troca de sexo. A cirurgia era uma ninfoplastia, procedimento que consiste na redução dos pequenos lábios vaginais quando o caso é de hipertrofia dessa área.

“A vítima ia fazer cirurgia ninfoplastia e ele era um dos médicos que fazia aqui no estado. Ele teria oferecido sexo para a paciente e, em troca, ela não precisaria pagar [pelo procedimento]”, detalhou a delegada.

Ginecologista posto em liberdade

Nicodemos foi solto por decisão judicial no final da tarde desta segunda-feira (4). O advogado dele, Carlos Eduardo Gonçalves Martins, disse ao G1 que ele terá que usar tornozeleira eletrônica e não poderá exercer a profissão. “O juiz entendeu que ele não preenche os requisitos do artigo 312 do Código de Processo Penal, que ele não vai atrapalhar as investigações, que ele tem residência fixa, que ele é réu primário”, disse o advogado.