MP-GO vai ouvir colegas de enfermeira que teria fingido vacinar idosa em Goiânia
Profissional já foi afastada da linha de frente de vacinação
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) confirmou a abertura de inquérito para apurar o caso de uma enfermeira que teria fingido vacinar uma idosa de 88 anos contra a covid-19, na última quarta-feira (10), em Goiânia, e disse que vai ouvir todos os profissionais que participaram da vacinação no local do fato. A enfermeira injetou a agulha no braço da idosa e, segundo a filha, não aplicou a dose da vacina que estava na seringa.
O caso, que ocorreu ontem durante a vacinação drive-thru na Área I da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), no setor Leste Universitário, ganhou repercussão após Luciana Jordão, filha de Floramy Jordão, filmar o momento em que a enfermeira perfura o braço da idosa com a agulha da seringa mas aparentemente não injeta o conteúdo. Segundo Luciana, a enfermeira só aplicou a vacina após ser questionada e, antes disso, chegou a reafirmar que havia aplicado a injeção.
Conforme a promotora do MP-GO Marlene Nunes Freitas Bueno, a profissional em questão já foi afastada até que o inquérito seja concluído. Em coletiva, Marlene afirmou que as investigações vão ouvir “todos os profissionais que participaram da vacinação” no dia e local em questão. “Todos, desde a disponibilização da vacina até o momento do registro, serão ouvidos”, afirma.
Sem indícios de esquema criminoso
Marlene relata que o MP-GO já requisitou informações a respeito da idosa e da profissional responsável pela vacinação. De acordo com ela, a investigação terá por objetivo descobrir o motivo que levou a enfermeira a não aplicar o imunizante. “Dependemos de uma série de providências e o inquérito vai dar as respostas […]. Estamos diante de um caso criminoso, de uma situação de displicência, descuido”, afirmou.
No entanto, ainda segunda a promotora, não há, até o momento, indícios de um esquema criminoso de compra e venda de doses de vacina – hipótese que explicaria a enfermeira não ter injetado o imunizante na idosa. Marlene declarou que não há um prazo determinado para a conclusão do inquérito, mas que ele será encerrado “o mais rápido possível”.
O que disse a Secretaria de Saúde
Em nota enviada anteriormente ao Mais Goiás,a secretaria municipal de Saúde (SMS) informou que a Gerência de Imunização apura, por meio de processo instaurado, os fatos narrados na denúncia e ressaltou que, na situação específica registrada, “a vacinação foi aplicada na idosa em uma segunda tentativa, conforme afirmado pela própria filha.”
Ainda de acordo com a pasta, a profissional que aplicou a vacina foi identificada e não mais estará nas escalas de vacinação até o devido esclarecimento total do caso. “A SMS esclarece que todo o processo de vacinação em Goiânia segue um rigoroso protocolo sanitário e de logística, que é cumprido à risca em todas as fases pelos profissionais envolvidos.”
A vacinação de idosos contra a covid-19 com mais de 85 anos começou na última quarta-feira, por ordem alfabética. Veja como está sendo feita.