SAÚDE PÚBLICA

MP apura superfaturamento na contratação de UTIs do DF por empresas que atuam em Goiás

17 municípios goianos são alvos de mandado de busca e apreensão por supostas irregularidades na contratação de leitos de UTI

CORRUPÇÃO: MP apura superfaturamento na contratação de UTIs do DF por empresas que atuam em Goiás. (Foto: divulgação/MP)

O Ministério Público apura esquema de superfaturamento na contratação de UTIs do Distrito Federal, por empresas que atuam em Goiás. Nesta quarta-feira (18), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpre 17 mandados de busca e apreensão em cidades goianas. De acordo com o órgão, os desvios chegam a milhões e as ilegalidades praticadas influenciaram na ocorrência de altíssimas taxas de mortalidade nos leitos administrados pelas empresas investigadas.

Segundo as apurações, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF teria praticado crimes em contratação de leitos UTI. Pelo menos dois contratos destinados ao fornecimento emergencial de leitos, entre o período de março a outubro de 2020, são alvos de investigação por supostas irregularidades.

Mandados também foram cumpridos no Distrito Federal, Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. A ação faz parte da Operação Ethon, do Ministério Público do Distrito Federal.

Buscas e apreensões em Goiás (Foto: Gaeco MP – Divulgação)

MP apura superfaturamento na contratação de UTIs do DF e outras irregularidades

De acordo com o MP, as empresas contratadas foram a DOMED, responsável por 50 leitos no Hospital Regional de Santa Maria e a Organização Aparecidense de Terapia Intensiva (OATI), que forneceu 20 leitos no Hospital de Base e outros 10 na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Sebastião.

Para além do superfaturamento de preços e direcionamento das contratações em favor das empresas DOMED e OATI, as investigações também apontaram que os locais não forneceram insumos, medicamentos e mão de obra em quantidade e qualidade exigidas.

Segundo o Ministério Público, as ilegalidades praticadas tiveram como consequência a ocorrência de altíssimas taxas de mortalidade nos leitos de UTIs de alguns hospitais administrados pelas empresas.