MP pede arquivamento de caso dos policiais que mataram jovem por engano em Aparecida
Crime ocorreu perto do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, quando Hermes Júnior de Oliveira foi baleado na nuca
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) solicitou à Justiça o arquivamento do inquérito policial que resultou no indiciamento de quatro policiais penais pela morte de Hermes Junio de Oliveira, um jovem de 26 anos, durante uma abordagem ao carro de sua família nas proximidades do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. O caso aconteceu em 22 de novembro de 2022.
Na petição, o promotor Marco Marcolino dos Santos Júnior afirmou que os policiais agiram “corretamente” e que “possuem autonomia para realizar abordagens”. Além disso, o membro do MP solicitou que todo o material da investigação realizada pela Polícia Civil (PC) seja transferido da Vara Criminal para outra, pois há evidências de que o homicídio foi culposo (sem intenção de matar), e não doloso, como havia sido inicialmente indiciado.
A interpretação do promotor difere daquela da PC, que indiciou os policiais penais por homicídio doloso, quando há a intenção de matar, além de fraude processual, pois teriam alterado uma das armas utilizadas na abordagem.
No dia do crime, Hermes Junio estava junto do pai e ia buscar o avô em um galpão de reciclagem próximo ao Cepaigo, onde trabalhava, quando foram surpreendidos pelos policiais. De acordo com o pai de Hermes, durante a abordagem, um dos policiais penais gritou para eles pararem, caso contrário atiraria, e então começou a atirar, atingindo a nuca de Hermes.
Os policiais afirmaram em depoimento que estavam investigando um grupo criminoso que usava drones para jogar drogas no presídio, e que o carro da família de Hermes foi confundido com o dos suspeitos porque estava próximo ao local.