EXTORSÕES AO RELIGIOSO

MP pode continuar apuração sobre policiais suspeitos de chantagear padre Robson

Apurações tinham sido trancadas juntamente com as investigações contra o padre Robson por supostos desvios nas Afipes

O Ministério Público poderá continuar a investigação sobre policiais civis suspeitos de corrupção e chantagem ao padre Robson, no caso de extorsão ao religioso em 2017. Medida ocorre após a Justiça “destrancar” o Procedimento de Investigação Criminal (PIC), que foi trancado juntamente com as apurações contra o religioso por supostos desvios de doações de fiéis à Associação Filhos do Divino Pai Eterno (Afipe).

A decisão foi proferida pelo Tribunal de Justiça no último dia 13 de outubro, mas só ganhou repercussão nesta semana após a 1ª Câmara Criminal negar recurso do MP e manter o trancamento das investigações contra o padre e as entidades religiosas.

Agora, o Ministério Público pode manter as apurações contra policiais civis por suposta corrupção desde que não utilize elementos relacionados à investigação contra o padre e movimentações bancárias de doações de fiéis da Associação Filhos do Divino Pai Eterno.

Entenda

A investigação sobre o crime de extorsão contra o padre Robson em 2017 originou dois procedimentos. Um referente a suposta corrupção de policiais civis que pode ter ocorrido na época em que o religioso foi extorquido e ter contribuído para a fuga do hacker que liderou o esquema de chantagem.

O outro procedimento investigava supostos desvios milionários na Afipe, que resultou na Operação Vendilhões, deflagrada no dia 21 de agosto de 2020.

Ambas investigações, porém, foram trancadas pela Justiça após habeas corpus da defesa. O MP disse que o advogado do padre Robson induziu o Tribunal de Justiça a erro e recorreu da decisão. Na última terça-feira (27), no entanto, uma nova decisão manteve as apurações sobre os supostos desvios trancada. O padre sempre negou os crimes.

As apurações contra os policiais civis suspeitos de corrupção, chantagem e facilitação de fuga continuam.