DOCUMENTO

MP recomenda à Polícia Civil mais rigor em apurações de mortes de civis pela PM

Ministério Público solicita que as investigações ocorram de forma mais célere

Justiça suspende festa de aniversário de Turvelândia com dinheiro público (Foto: Jucimar Sousa - Mais Goiás)

O Ministério Público de Goiás (MPGO) recomendou que a Diretoria-Geral da Polícia Civil (DGPC) apure com mais rigor casos de mortes de civis durante ações da Polícia Militar (PM) no Estado. O órgão emitiu o documento justamente por causa do aumento deste tipo de ocorrência.

Desta forma, o Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial (NCAP) recomendou ao diretor-geral Alexandre Pinto Lourenço que investigações relacionadas ocorram de forma mais célere, desde a comunicação dos fatos à autoridade policial até a conclusão por parte da polícia judiciária. Entre as sugestões, está a emissão de uma portaria sobre o tema para todos os delegados da PC no Estado.

Assinam o documento: o coordenador do NCAP Felipe Oltramani, o subcoordenador do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial, Luís Antônio Ribeiro Júnior, e o membro do NCAP, Sávio Fraga e Greco.

Outros pontos

No documento do MP há a recomendação para o comparecimento pessoal da autoridade policial ao local dos fatos logo da comunicação da ocorrência. E, ainda, que seja providenciando o isolamento e a requisição das perícias necessárias; bem como o exame necroscópico de forma obrigatório e o exame interno do corpo da vítima, mais documentação fotográfica.

A recomendação solicita as autoridades comuniquem, em até 24h, o fato ao Ministério Público e que o inquérito policial seja instruído com imagens e movimentação das viaturas envolvidas na ação. O texto também recomenda a apreensão e exame pericial das armas de fogo dos os agentes envolvidos. A medida visa fomentar políticas públicas de combate à letalidade policial.

Confira a recomendação AQUI.

Mortes por intervenções policiais

Vale lembrar, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, documento divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública em junho, Goiás é o terceiro Estado com mais mortes decorrentes de intervenções policiais civis ou militares. Foram 8 a cada grupo de 100 mil habitantes. Os números são de 2021.

Em primeiro lugar está o Amapá, com 17,1 de mortes por ações policiais civis e militares e depois o Sergipe, com 9. A média do Brasil foi de 2,9, primeiro recuo desde 2013, quando inicia a série. Ainda assim, foram 6.145 mil pessoas foram mortas nestas circunstâncias, no País, uma queda de 4,2%.

Já a unidade federativa com menos morte por ações policiais é o Distrito Federal, com 0,3 por grupo de 100 mil habitantes. Minas Gerais vem em seguida, com 0,5; e depois Rondônia, 0,6.