MP recorre contra prisão domiciliar da assassina do homem que velou mãe sozinho
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) decidiu entrar com um recurso para converter a prisão…
O Ministério Público de Goiás (MP-GO) decidiu entrar com um recurso para converter a prisão domiciliar em prisão preventiva de Bárbara Morais dos Santos, condenada pelo homicídio de José Ricardo Fernandes, de 44 anos, homem que ficou conhecido por velar a mãe sozinho em Aparecida de Goiânia. O MP diz ter constatado que, além de não estar cumprindo a prisão domiciliar obtida com recurso da defesa, Bárbara estaria ainda gastando o dinheiro obtido pela vítima numa vaquinha virtual.
Segundo o MP-GO, o recurso foi no sentido de reformar uma decisão da Justiça que havia mantido Bárbara em prisão domiciliar. De acordo com a defesa da mulher, o tipo de prisão era necessária uma vez ela estaria sendo ameaçada de morte na Casa de Prisão Provisória (CPP), onde estava presa preventivamente.
No entanto, conforme o Ministério Público, Bárbara, que foi presa no dia 14 de julho deste ano, junto com Matheus Teixeira Carneiro, pela morte de José Ricardo, estaria descumprindo a prisão domiciliar e saindo de casa normalmente. Além disso, a mulher estaria gastando o dinheiro que José Ricardo havia arrecadado numa vaquinha online para sua hemodiálise, dinheiro esse que a Justiça já havia determinado a devolução.
De acordo com o MP-GO, Bárbara “teria utilizado o dinheiro, em vários dias, para a realização de compras em farmácias, lanchonetes, bares e lojas de celulares”. Pelos fatos identificados, o recurso do MP-GO perde que a mulher volta para a prisão preventiva.
“A decretação da prisão preventiva busca a garantia da ordem pública, em razão da gravidade da infração, pois trata-se de homicídio triplamente qualificado, crime hediondo, e também de furto qualificado, com repercussão social, periculosidade do agente e risco de reiteração de ações delituosas”, afirmou o promotor do caso.
Relembre o caso
No dia 12 de agosto de 2019, uma foto publicada por José Ricardo viralizou na internet. Nela, o homem aparece ao lado do caixão no velório de sua mãe, sozinho. “Eu velei e enterrei minha mãe sozinho. Eu e o motorista da funerária”, escreveu o homem. O caso, que ocorreu em Aparecida de Goiânia, repercutiu bastante e gerou grande comoção. Na época, a foto ultrapassou os 150 mil compartilhamentos.
Aproveitando o destaque da história de José Ricardo, Bárbara, que era amiga da vítima e o ajudava nos afazeres domésticos, se ofereceu para fazer uma vaquinha online para o tratamento de hemodiálise do homem. Com a vaquinha, José Ricardo acabou arrecadando o valor de R$ 40 mil e, para ficar com o dinheiro, Bárbara teria contratado um homem para matar a vítima.
A mulher fez uma postagem em um grupo do Facebook, em que dizia procurar uma pessoa para “fazer um serviço pesado e acabar com um velho tarado e estuprador”. “Quem achar ruim eu passo o endereço pra vocês levarem ele pra dentro de casa”, escreveu Bárbara. O contratado foi Matheus carneiro, de 22 anos, que aceitou o pagamento de R$ 2 mil para ajudar Bárbara no homicídio de José Ricardo.
O crime
O crime ocorreu no dia 10 de julho deste ano, dentro da casa da vítima no Conjunto Estrela do Sul, em Aparecida de Goiânia. No dia em questão, Bárbara e Matheus foram até a residência de José e, valendo-se da relação de confiança que ela tinha com ele, entrou na residência e deu passagem ao comparsa, que aguardava do lado de fora se passando por doador de cesta básica.
Dentro da casa, eles espancaram a vítima, jogaram álcool e atearam fogo em seu corpo. Os dois furtaram uma televisão, celular e carteira com documentos e cartões de crédito.