MEDIDAS PREVENTIVAS

MPF apura segurança no Aeroporto de Goiânia após caso de goianas que tiveram malas trocadas

A ação acontece após o caso das goianas que foram presas injustamente na Alemanha depois de terem as malas trocadas por bagagens com 40 kg de cocaína

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou procedimento para apurar as medidas adotadas pelas companhias aéreas e a administração do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, para garantir a segurança dos passageiros do local. A ação acontece após o caso das goianas que foram presas injustamente na Alemanha depois de terem as malas trocadas por bagagens com 40 kg de cocaína.

De acordo com a procuradora da República, Mariane Guimarães, responsável pelo procedimento, a reincidência de irregularidades em voos de conexão oriundos de Goiânia pode colocar em risco a atividade aeroviária goiana.

Em razão disso, ela solicitou informações sobre as medidas que estão sendo tomadas para garantir a segurança dos passageiros, bem como as razões de escolha, por parte dos criminosos, de voos oriundos do Aeroporto Santa Genoveva para a prática da troca de etiquetas de identificação.

Questionamentos

As companhias aéreas e a administração do aeroporto deverão responder os questionamentos em até 15 dias. resposta em até 15 dias. As primeiras terão de informar os procedimentos adotados para a contratação de funcionários; se há checagem de antecedentes criminais; como se dá o processo de fiscalização das bagagens despachadas; se as malas são monitoradas por câmeras desde o check-in até o embarque no voo.

Além disso, precisam responder se os passageiros recebem alguma instrução de segurança nas lojas, no site e no app da empresa a respeito do cuidado com as bagagens e se o tempo de conexão da maioria dos voos que saem de Goiânia para outros destinos pode ser um fator de risco e quais providências estão sendo tomadas para minimizar esses riscos.

À administração do Aeroporto de Goiânia, o MPF solicitou informações sobre o procedimento de fiscalização das bagagens despachadas, inclusive indicando se a área comum do aeroporto e o trajeto das malas são monitorados por câmeras e se há alguma pretensão de realizar campanhas de segurança aos passageiros para evitar futuras ocorrências.

Além do caso das goianas, a Polícia Federal apurou que outra passageira, com voo saindo originalmente de Goiânia, com destino a Paris, também teve a etiqueta da bagagem trocada durante conexão no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Por este motivo, o MPF também instaurou inquérito civil público para apurar possíveis falhas de segurança no referido aeroporto de São Paulo.

Relembre 

As goianas tiveram as malas trocadas por uma organização criminosa em uma área restrita do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ao chegarem em Frankfurt foram detidas no dia 5 de março.

Na último dia 10 de abril, Lorena Baía, irmã de Kátyna Baía, viajou para Frankfurt junto com a mãe de Jeanne e uma advogada. O objetivo era dar suporte às vítimas, ainda sem previsão de deixar a prisão.

Também naquela data, em coletiva de imprensa, o delegado da Polícia Federal, Bruno Gama, reforçou que a corporação, por meio do Ministério da Justiça, já tinha encaminhado as informações para a Justiça Alemã da investigação comprovando o esquema de funcionários do Aeroporto Internacional de Guarulhos para trocar a bagagem das passageiras por malas com drogas.

Na semana anterior, segundo ele, seis pessoas foram presas. Destas, algumas admitiram o crime. Os vídeos com as confissões também foram enviados. A Polícia Federal continua a operação que abrange não o caso específico das goianas, mas um grupo que atua no envio de drogas para o exterior por meio de troca de bagagens.