MPGO pede a prisão de dois policiais envolvidos na morte de auxiliar de produção em Senador Canedo
O pedido de prisão abrange os policiais que teriam disparado os tiros que atingiram as vítimas
O Ministério Público de Goiás (MPGO) pediu nesta quarta-feira (29) a prisão temporária, por 30 dias, de dois dos policiais militares do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) envolvidos na abordagem que resultou na morte do refém de um roubo de carro em Senador Canedo e também do suspeito desse crime. O pedido de prisão abrange os policiais que teriam disparado os tiros que atingiram as vítimas.
A representação do MP inclui ainda o requerimento para afastamento de todas as funções dos demais PMs da equipe do GPT que participou da ocorrência no último sábado (25). Na abordagem, foi morto o auxiliar de produção Tiago Messias Ribeiro e o adolescente que teria roubado o seu veículo.
Em entrevista à imprensa, o coordenador do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial do MP, Leandro Murata, explicou que o pedido foi protocolado na Vara Criminal de Senador Canedo, comarca onde ocorreu o fato.
Este porém, não foi o primeiro pedido de prisão dos agentes envolvidos na ocorrência. Nesta quarta (29), a Polícia Militar informou que os quatro policiais do GPT tiveram a prisão preventiva solicitada pelo encarregado do Inquérito Policial Militar que visa apurar os fatos.
Segundo explicou o promotor Leandro Murata, os pedidos de prisão vão tramitar em paralelo, cada um na instância judicial cabível, podendo os dois serem deferidos, sem prevalência de um sobre o outro.
Procedimentos
Atualmente, há três processos abertos para apurar as irregularidades na ocorrência que culminou na morte de Tiago Messias Ribeiro.
Na Polícia Civil, o delegado Matheus Noleto, titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH), de Aparecida de Goiânia, apura se houve confronto e legítima defesa, ou se foram cometidos homicídios. Em entrevista coletiva realizada na segunda-feira (27), ele confirmou que houve fraude processual na ação dos policiais, ao simularem um confronto.
Um inquérito da Polícia Militar também apura o caso. O prazo de conclusão é de 40 dias.
Por fim, o Ministério Público acompanha ambas as investigações. Um dos pontos que a instituição quer apurar é o porquê de não ter ocorrido a prisão em flagrante dos policiais militares envolvidos. Coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal, Luciano Meireles explicou que, nas investigações, está sendo apurada a prática, inicialmente, de dois crimes: os homicídios e também a fraude processual, tendo em vista que as imagens registradas da ocorrência demonstram que os PMs simularam um confronto policial.
Os homicídios, ponderou Luciano Meireles, são crimes cujos processos correm na Justiça Comum e são julgados pelo Tribunal do Júri. Se comprovada a fraude processual e se houver sua conexão com os homicídios, ela será julgada também pelo júri, acrescentou.