Justiça

Mulher que matou grávida para ficar com criança vai a juri popular

Audiência ainda não tem data prevista. Com a decisão, mulher fica presa até o dia do julgamento. Crime ocorreu em 2017, em Nerópolis

A Justiça goiana decidiu mandar a juri popular Suellen Coimbra do Carmo. Ela é acusada de matar Naiara Silva da Costa, em junho de 2017, para ficar com a criança da qual a vítima estava grávida. Suellen segue presa preventivamente e deve aguardar o novo julgamento, ainda sem data para acontecer, no presídio.

A decisão foi dada pela juíza da 2ª Vara de Nerópolis, Laura Ribeiro de Oliveira. Na decisão, a magistrada alegou que os indícios de autorias são “fortíssimos” e destaca que, no depoimento à Polícia Civil, a acusada pontua os processos da prática da criminosa.

“Nesta senda, a materialidade delitiva encontra-se cabalmente comprovada por meio do auto de prisão em flagrante, certidão de natimorto, Laudo de Exame Cadavérico atestando que a vítima Naiara era gestante de 8 meses, e laudo de exame de perícia criminal de morte violenta”, destaca a juíza.

Laura também pontua que o exame de insanidade mental afastou a possibilidade da acusada não estar sob perfeitas faculdades mentais. Isso porque, à época do crime, ela tinha capacidade adequada  de entendimento e autodeterminação. Ou seja: a acusada pode responder pelos atos cometidos. “Por fim, ressalto que o laudo o exame de insanidade mental concluiu que a denunciada mantinha ao tempo do fato adequada capacidade de entendimento e autodeterminação”, alegou a juíza.

Relembre o caso

Suellen matou Naiara no dia 27 de junho de 2017, em Nerópolis. A acusada atraiu a vítima, que estava grávida de oito meses, com promessa de emprego e doação do enxoval para a criança. De acordo com a Polícia Civil, Suellen teria dopado a grávida com Rivotril e a estrangulou com uma corda.

Depois, ela cortou a barriga da vítima com um bisturi e retirou o feto de dentro. Porém, o bebê, do sexo masculino, morreu após o parto prematuro. O corpo da criança foi abandonado por Suellen dentro de uma bacia, em cima da cama.

Para se livrar do corpo de Naiara, Suellen contratou um pedreiro para cavar um buraco sob justificativa que ela faria uma plantação de cebolinha. O homem desconfiou, pois a acusada pediu um buraco de mais de um metro de profundidade, e acionou a polícia. Ela tentou impedir a entrada dos policiais. O corpo da vítima foi encontrado enterrado no quintal e a mulher foi presa em flagrante.

A delegada que investigou o caso e é responsável pelo indiciamento da acusada é Azuen Magda Albarello. A ela, Suelen contou que tinha feito um acordo para que a vítima entregasse o bebê a ela. E que a morte não foi premeditada. Mas a delegada não se convenceu. “A Suellem perdeu um bebê há cerca de dois meses. Nós acreditamos que ela queria matar a Naiara e ficar com o bebê dela”, afirmou à época.

Três dias após o crime a mesma juíza decidiu manter a acusada presa preventivamente por se tratar de uma “pessoa desequilibrada, cruel e insensível, haja vista a maneira brutal com que teria praticado o homicídio, o que evidencia a sua periculosidade social.”