Mulher que morreu após procedimento para aumentar glúteo estava com covid
A mulher que morreu por causa de complicações decorrentes de um procedimento estético para aumentar…
A mulher que morreu por causa de complicações decorrentes de um procedimento estético para aumentar os glúteos em Anápolis, no último sábado (1), também estava com covid-19. É o que diz a certidão de óbito de Ronilza Johnson, que tinha 45 anos. O procedimento aconteceu em uma clínica clandestina e está sob investigação da Polícia Civil.
Em nota, o Hospital de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Huana) informou que Ronilza testou positivo no dia 20 de abril. “A paciente deu entrada na unidade no dia 27/03/2021, com relato de procedimento estético nos glúteos. Passou pelo pronto-socorro, centro cirúrgico, enfermaria e UTI. No dia 20/04, apresentou queda de saturação e a tomografia sugestiva para Covid-19, testando positivo após realização de exame, sendo encaminhada para ala de isolamento Covid”.
Na certidão, são apontadas as causas da morte como: Covid-19; choque séptico (que é quando uma infecção se alastra pelo corpo rapidamente e afeta vários órgãos); fasciíite necrosante (infecção que atinge camadas internas e externas da pele e deixa o tecido com aspecto necrosado); e intervenções de razões estéticas.
Morava na Inglaterra
Ronilza morava na Inglaterra, mas visitava o pai em Anápolis. Foi quando ela decidiu, através de sugestão de amigos, fazer alguns procedimentos estéticos na referida clínica.
Após o procedimento para aumentar os glúteos, em 27 de março, ela passou mal e precisou ser internada no Hospital de Urgências de Anápolis, onde permaneceu até falecer.
Investigações
Quando Ronilza foi internada devido às complicações causadas pela cirurgia, ela denunciou os responsáveis à Polícia Civil, que começou a investigar o caso. Os policiais descobriram que a clínica não tinha alvará de funcionamento e operava de forma ilegal.
A delegada Cynthia Alves Costa, responsável pelo caso, conta que o autor da cirurgia é o biomédico Lucas Santana, que disse ser médico para a vítima. Houve também a participação de Thierry Cardoso, estudante do curso de medicina na Bolívia.
PMMA
A investigadora conta disse que os suspeitos usaram polimetilmetacrilato (mais conhecido como PMMA) para realizar o preenchimento. O produto não é proibido. Entretanto, não é indicado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para o caso em específico devido às deformações, nódulos, reações alérgicas, processos inflamatórios graves, rejeições e necrose que ele pode causar.
Um documento, apreendido pela polícia, mostra que os procedimentos foram feitos por quase R$ 9 mil. Na folha, há o carimbo do biomédico. Na última sexta-feira (30), Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos e na clínica onde trabalhavam.
Leia a nota na íntegra:
[olho author=””] Paciente Ronilza Jonhson deu entrada na unidade no dia 27/03/2021, com relato de procedimento estético nos glúteos. Passou pelo pronto-socorro, centro cirúrgico, enfermaria e UTI. No dia 20/04, apresentou queda de saturação e a tomografia sugestiva para Covid-19, testando positivo após realização de exame, sendo encaminhada para ala de isolamento Covid. Mesmo existindo um risco de contaminação intra-hospitalar, não é possível precisar o vetor de contaminação, visto que deve ser observado o período de incubação da doença, bem como, os acompanhantes e contactantes no decorrer da internação. Em decorrência da gravidade do quadro ocasionado pelo procedimento estético, e considerando a investigação policial em andamento, após confirmação do óbito, a paciente foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para verificação da causa. Reitera-se que o Hospital Estadual de Urgências de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Huana), além de referência para urgência e emergência de toda a macrorregião centro-norte, também é unidade de referência para atendimento de COVID-19 e segue todos os protocolos de segurança preconizados pelas autoridades sanitárias. [/olho]