Mulheres manifestam apoio as supostas vítimas de assédio sexual por ex-diretor do TJGO
Segundo organizadora do ato, manifestação contou com a presença de 150 mulheres de diversas entidades voltada à proteção da mulher
Um grupo de mulheres se reuniu na porta do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), na manhã desta sexta-feira (24), para manifestar apoio às vítimas de assédio moral e sexual por parte do ex-diretor do Centro Médico da instituição, Ricardo Paes Sodré. Segundo a organizadora do evento, a psicóloga Cida Alves, cerca de 150 mulheres estão presentes do local.
A concentração ocorreu por volta das 8 horas da manhã e várias participantes utilizavam cartazes com frases de apoio às mulheres. Todas foram convocadas a partir de um perfil em uma rede social. A manifestação contou com o apoio de diversas entidades voltadas à proteção da mulher.
Cida conta que esteve com algumas vítimas e que constatou elas ainda sofrem consequências por causa dos abusos. “Percebo que muitas tiveram problemas de pressão e psicoemocionais. Isso tudo é desencadeado pois, pelo fato dele ser patrão, as humilhações ficam mais constantes. Sabemos que essas instituições possuem conteúdo machista. Não é fácil falar sabendo que é seu chefe”, destaca.
A psicóloga também aponta que o movimento busca uma melhor lisura diante do caso devido algumas ações que, de acordo com ela, constrangem as vítimas. “Na terça-feira passada, em um dos depoimentos, o juiz, que tem uma ligação próximo ao ex-diretor, não aceitou o pedido da retirada do mesmo da sala. A vítima teve que relembrar tudo na frente dele. Buscamos uma imparcialidade sobre o processo”, conta.
Cida destaca que outras ações também acontecerão para encorajar mais mulheres, que possam ser vítimas, a denunciarem e relatarem seus abusos. “Na próxima semana teremos uma agenda com reunião da defensoria pública em defesa das vítimas. A gente respeita o tempo de cada uma. Não é fácil ter sua imagem associada nessas denúncias, pois a mulher deixa de ser vítima e passa a ser questionada sobre a veracidade dos seus relatos”, afirma.
Outro lado
Por meio de nota, a defesa de Ricardo Paes Sandré negou todas as acusações de assédio sexual e destacou que as acusações feitas pelos promotores de Justiça de “levianas”. A nota ainda traz que o ex-diretor e sua família “tiveram violados de morte, mais uma vez, a sua honra; sua imagem e sua reputação, inclusive tendo sofrido graves ameaças por parte de terceiros em lugares públicos e principalmente pelas redes sociais.”
Além disso, a defesa ainda pontuou que entrará com processo “contra todos aqueles que se uniram nessa criminosa cruzada visando assassinar a sua reputação profissional.” O texto também relata que o ex-diretor requereu investigação ao Colendo Conselho Nacional do Ministério Público sobre as condutas dos promotores. Confira a nota completa no link.
O Mais Goiás entrou em contato com o TJGO que, por meio de nota, alegou o instituição ” já tomou as providências necessárias para apurar o caso, com a abertura de Processo Administrativo, já em andamento. No entanto, o processo é sigiloso, o que não nos permite passar mais informações. Qualquer manifestação sobre o processo administrativo disciplinar viola o sigilo imposto por lei.”