Mulheres vítimas de tráfico em Goiás eram atraídas por vagas de emprego na internet
O grupo investigado por tráfico internacional de mulheres e exploração sexual escolhia as vítimas por…
O grupo investigado por tráfico internacional de mulheres e exploração sexual escolhia as vítimas por meio de fotos nas redes sociais. Posteriormente, selecionadas eram contatadas via internet com ofertas falsas de emprego. e ofereciam emprego a elas, segundo informações divulgadas pela Polícia Federal. Ao todo, oito mandados de prisão foram cumpridos em diferentes cidades do Brasil, entre eles o município de Goiânia.
De acordo com a PF, os suspeitos se passavam por representantes de marcas de maquiagem e produtos de beleza. Assim, atraíam as vítimas com propostas de emprego. A investigação estima que pelo menos 200 mulheres já tenham sido aliciadas com o golpe, entre elas menores de idade.
Depois da abordagem pelas redes sociais, os suspeitos ganhavam a confiança das vítimas tratadas como ‘clientes’. Suspeitos também se ofereciam para fazer ensaios fotográficos até o momento em que ofertavam empregos, quando as vítimas eram aliciadas.
O grupo agia em outros países além do Brasil. Até o momento, seis pessoas foram presas em território nacional, nas cidades de Foz do Iguaçu (PR), São Paulo (SP), Goiânia (GO) e Rondonópolis (MT). Outras duas pessoas foram presas no exterior, sendo uma em Portugal e outra na Espanha.
Os nomes dos investigados são mantidos em sigilo durante o processo, informou a PF. A investigação deve ouvir 20 pessoas durante esta semana, entre vítimas e testemunhas.
Prisões
A prisão realizada na capital paulista é do investigado apontado como o principal alvo do esquema criminoso. O homem foi encontrado em uma casa no bairro Granja Julieta. Na residência de luxo, policiais apreenderam documentos e mídias para investigar se há mais envolvidos.
Na Espanha, a mulher presa é suspeita de ser a “despachante” do grupo, responsável por facilitar e falsificar a documentação para enviar as vítimas a outros países.
Já a mulher presa em Portugal é investigada por envolvimento com uma rede de prostituição nos Estados Unidos. O homem preso em Foz do Iguaçu, no Paraná, seria um cliente que contratou programas com menores de idade no Paraguai.
De forma geral, a Justiça Federal expediu nove mandados de busca e apreensão e oito de prisão preventiva. Cinco alvos de mandados de prisão foram incluídos na lista da Interpol por estarem em outros países, como Paraguai, Estados Unidos, Espanha, Portugal e Austrália.
Investigação
A rede criminosa para o tráfico de mulheres, alvo da Operação Harem BR, foi descoberta após outra investigação, a Nascostos, em 2019, que identificou compras de passagens aéreas feitas pelos estelionatários com cartões de crédito clonados.
O grupo criminoso já promoveu exploração sexual no Brasil, Paraguai, Bolívia, Estados Unidos, Catar e Austrália, conforme apurado pela polícia.
São investigados os crimes de tráfico de mulheres para fins de exploração sexual, uso de documento falso, favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável e rufianismo.