USO FACULTATIVO

Municípios de Goiás estão liberados para dispensar máscaras em ambientes fechados

Centro de Operações de Emergências (COE) adota recomendação da Sociedade Brasileira de Infectologia, que recomenda uso em locais e públicos específicos

Governo federal desobriga exigência do uso de máscaras em locais fechados de trabalho (Foto: Jucimar de Sousa - Mais Goiás)

Os municípios do estado de Goiás foram autorizados a dispensar o uso de máscara em locais fechados. A decisão foi tomada durante uma reunião do Centro de Operações de Emergências (COE) em Saúde Pública de Goiás nesta quarta-feira (23). Entretanto, a recomendação pede que pessoas que ocupam o grupo de risco continuem utilizando o item de proteção contra a Covid-19.

Até então, o uso facultativo das máscaras estava liberado apenas para ambientes abertos. A recomendação ainda exigia o uso da proteção apenas em locais fechados, como aeroportos, shoppings, transportes públicos e etc. Com a nova decisão, o uso da máscara em locais fechados deixa de ser obrigatório para ser apenas “recomendado”.

O COE levou em consideração um conjunto de recomendações feitas pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). “Essa flexibilização vem ocorrendo de forma heterogênea no país, e a SBI traz algumas recomendações essenciais com o objetivo de orientar a população sobre o uso de máscaras no atual cenário”, diz o texto, ao justificar o posicionamento.

A recomendação para manter o uso se estende para dois grupos. Um deles é para pessoas mais vulneráveis à contaminação do coronavírus. O outro para quem estiver em locais abertos ou fechados com aglomerações.

O uso da máscara para locais fechados sem aglomeração será por decisão individual. Isso porque, de acordo com a SBI, os locais abertos ou fechados que não promovem aglomeração são de baixo risco de transmissão da Covid-19. Portanto, o uso da máscara pode ser facultativo caso a legislação do município permita.

A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Flúvia Amorim, diz que a nota da SBI foi aprovada na integra e agora será repassada para que os municípios a utilizem como “norteador” das decisões.

“Enquanto Estado a gente faz as recomendações. Os decretos são de responsabilidade dos municípios. O gestor pode pegar essa nota e definir que a partir do que foi recomendado irá obrigar o uso de máscaras em transporte
coletivo, por exemplo”, explica Flúvia.

No que diz respeito a possibilidade de retomar a recomendação pela obrigatoriedade da máscara, a superintendente diz que a responsabilidade estadual se refere a orientações. “Nossa função é fazer todo o levantamento de evidências científicas e indicar o que é mais acertado”. diz.

Números também ajudaram na decisão de dispensar máscara em locais fechados

Durante a reunião, o Centro de Operações de Emergência (COE) para o Enfrentamento ao Coronavírus também levou em consideração os números da pandemia nos municípios goianos para tomar a decisão sobre dispensar as máscaras também em ambientes fechados.

Nesta quarta-feira (23) os municípios de Goiás registraram, juntos, 1.261.837 casos. Desses, 199 mil foram notificados em janeiro de 2022, 78 mil em fevereiro e 13 mil neste mês.

Os óbitos também apareceram em queda
durante o período analisado. Dos 26.182 registrados durante toda a pandemia, 673 pertencem ao mês de janeiro, 505 em fevereiro e 145 em março.

Também nesta quarta (23), as taxas de ocupações de UTI Covid-19 no estado caíram após a alta registrada entre janeiro e fevereiro. Durante o mês de dezembro, ficou em 35,35%. Já em janeiro, o índice mais que dobrou, subindo para 76,82% e cresceu ainda mais em
fevereiro: 78%. Neste mês, porém, a taxa média está em 50%.

Crianças são preocupação

O único dado de atenção, segundo a superintendente do estado de Goiás, é o de aumento da proporção de casos de Covid-19 entre crianças. “A gente viu um
aumento significativo de internações de zero a quatro anos, que inclusive é uma faixa etária que não tem indicação de vacina. Até que se tenha vacina para esse grupo, a orientação é de manter os protocolos de segurança”, disse a superintendente.

*Entrevistas foram concedidas ao O Popular