Municípios goianos dão “jeitinho” de vacinar pessoas fora do grupo de risco

Segundo informações levantadas pelo Conselho de Secretarias Municipais do Estado de Goiás (Cosems-GO), pelo menos dois municípios estariam “adaptando” os planos de vacinação contra a covid-19 previamente pactuados e imunizando indivíduos fora dos grupos prioritários. As secretarias de Saúde de Mineiros e Santa Helena estariam, conforme o Conselho, vacinando idosos que têm acima de 75 anos mas que estão fora dos prioritários, por não viverem em abrigos de longa permanências, os asilos.

O Cosems-GO chegou a emitir uma nota jurídica com o objetivo de, conforme a entidade, orientar e resguardar as gestões municipais no que tange à imunização contra a covid-19, uma vez que a aplicação de vacinas Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação poderia ser enquadrado inclusive como improbidade administrativa.

O Conselho destaca que a atuação coordenada na campanha de vacinação, que determinou profissionais de saúde que atuam no fronte de combate à covid e idosos que vivem em abrigos e asilos como os grupos prioritários, foi deliberada e aprovada pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB/GO) e, portanto, não pode ser mudado.

Acontece que, ainda conforme o Cosems-GO, alguns municípios, tais quais Mineiros e Santa Helena de Goiás, estariam vacinando idosos foram dos grupos determinados e conforme a realidade de cada um deles. No entanto, a entidade ressaltou, na nota emitida, que o Estado recomendou que os municípios apresentem “informações e justificativas sobre as estratégias adotadas na execução da campanha de vacinação local”.

“Há o plano nacional e o estadual [de vacinação] para nortear os municípios. O gestor se depara com a realidade de seu município e com algo que não está especificado no plano, contudo, o gestor não pode simplesmente escolher quem vai vacinar”, esclareceu, ao Mais Goiás, o Cosems-GO.

A reportagem do Mais Goiás entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Mineiros, que informou que a gestora da pasta estava em outro compromisso e só poderia dar uma resposta sobre o assunto “mais tarde”. A reportagem também tentou contato com a secretária de Saúde de Santa Helena de Goiás, mas as ligações não foram atendidas. O espaço permanece aberto.