Músicos se reúnem com prefeito de Goiânia para pedir mudanças no decreto
Uma manifestação também acontece nesta quinta-feira (25) para ajudar retratar a realidade da classe
Músicos de Goiânia se reúnem, na manhã desta quinta-feira (25), com o prefeito de Goiânia Rogério Cruz (Republicanos) no Paço Municipal. O objetivo é mostrar as dificuldades que a classe está enfrentando desde o início da pandemia e como a situação, segundo eles, pode se agravar com a nova normativa que entra em vigor hoje.
A classe aponta que o decreto proibiu qualquer tipo de ambientação sonora nos estabelecimentos. Com isso, até o pagamento do chamado direto conexo, divisão dos valores pagos sobre reprodução musical em shows, bares e restaurantes a intérpretes, músicos e produtores fonográficos, foi suspenso. Fatia era considerada uma forma de sustento de parte da categoria.
Os musicistas também fazem um apelo para mudança de horário do funcionamento em bares e restaurantes. “Por que nas eleições houve um aumento no horário para evitar aglomerações, mas agora a mesma regra não vale para bares e restaurantes e até mesmo para a 44? Isso não faz sentido. A gente não está banalizando quem perdeu a vida. Só queremos ter o direito de trabalhar como qualquer outro cidadão. Músico não é marginal como está sendo exposto para sociedade. A gente também é trabalhador”, finaliza.
Manifestação
Por isso, a classe também organiza uma manifestação nesta quinta. Músicos se concentram na Praça Cívica e vão seguir até o Paço Municipal. Um deles é o Thiago Cardoso, mais conhecido como Teagá. Ele conta que muitos artistas estão desesperados com a decisão de suspensão do som nos mencionados ambientes . Para ele, é sinal de que a profissão vem sendo vista pela administração como vilã da pandemia, ao lado de bares e restaurantes.
“Ficamos muito tempo sem fazer os eventos maiores. Estávamos tocando em bares e restaurantes quando foi liberado para tentar suprir de alguma forma o prejuízo que tivemos. Mas não como era antes. E agora estamos com zero de faturamento porque nem bares e restaurantes podem mais colocar nem ambientação sonora”, destaca.
Pouco dinheiro
Teagá conta que também é produtor de eventos e representa alguns artistas no escritório. Ele teme que a situação se agrave ainda mais entre os profissionais. “A gente entende que não vai ter evento grande por agora, antes da vacina e, por isso, muitos artistas foram tocar em bares. A situação era tão preocupante que o artista preferiu ganhar menos e dividir com toda a banda do que mandar alguém embora e passar mais necessidade”, pontua.
O produtor afirma que pretende apresentar uma proposta ao prefeito para que os próprios músicos ajudem na fiscalização e cumprimento das normativas dos decretos nos estabelecimentos. ” A gente não quer tocar em lugar que não respeita a regra. A gente só quer tirar o nosso sustento. Tem pessoas que estão em situações muito piores que a minha. O nosso faturamento não irá mais existir se começar assim e não tem como a gente falar de reserva de grana após ficar oito meses parados”, ressalta.