“Não foi aborto, mas sim parto natural”, diz delegado sobre bebê encontrada em lote baldio
De acordo com ele, à princípio, a linha de investigação é de tentativa de infanticídio
O delegado Qeops Barreto concedeu coletiva de imprensa nesta terça-feira (17) sobre o caso da recém-nascida encontrada em um lote baldio no Jardim Planalto, em Goiânia. Segundo ele, não foi um caso de aborto. “Mas sim um parto natural que gerou uma situação peculiar”, diz.
De acordo com Qeops, a princípio, a linha de investigação é de tentativa de infanticídio. A mãe, que tem 16 anos, será ouvida assim que sair do Hospital Materno Infantil (HMI), onde está internada junto com a bebê. A informação da assessoria da unidade é que ambas passam bem. Contudo, não serão repassados mais detalhes a pedido da família.
Ele ainda explica que a hipótese de violência sexual causada à mãe já foi descartada. E que os avós estão cuidando da criança e a família possui condições financeiras de criá-la. “Foi mais um medo da menina, que escondeu a gravidez. E a médica disse que é normal [jovens tentarem esconder]”, completa.
A Polícia Civil (PC) deve ouvir testemunhas nos próximos dias. Além disso, os investigadores esperam a saída da adolescente do hospital para dar andamento no inquérito, que ainda não tem previsão para ser concluído. “Se for preciso faremos perícia também”, afirma o delegado.
De acordo com a PC, as investigações estão sob sigilo porque a mãe é menor de idade. Na coletiva, o responsável pelo caso não passou mais informações sobre quem serão as testemunhas. “Se for constatado que houve a intenção de matar a recém-nascida, a jovem pode ser apreendida por até três anos”, conclui o delegado.
Entenda o caso sobre o bebê
Na manhã desta terça-feira (17) a Polícia Militar (PM) e o Corpo de Bombeiros Militares de Goiás (CBMGO) foram acionados anonimamente. Conforme a denúncia, uma criança, do sexo feminino, foi encontrada em um lote baldio na Avenida Afonso Pena, no setor Jardim Planalto, em Goiânia.
A suspeita, segundo o tenente Valdison Rodrigues, que coordenou a ação dos bombeiros, é que o bebê tenha sido arremessado por cima de um muro, que tem cerca de três metros de altura. Quando a equipe militar chegou ao local, a recém-nascida já estava nos braços de vizinhos e enrolada em um cobertor. Ela estava bem, apenas com um corte no lábio.
A criança recebeu os primeiros socorros. Posteriormente, um homem que mora na casa que tem o muro de divisa com o lote, relatou que suspeitava que o bebê podia ser seu neto. A jovem, então, confessou que escondia a gravidez. Mãe e bebê foram encaminhados ao HMI, onde passam por avaliações médicas.