INVESTIGAÇÕES

“Não imaginávamos tamanha brutalidade”, diz filho de vítima de envenenamento em Goiânia

Leonardo teve um relacionamento curto com a Amanda Patarta, que está presa por suspeita de envenenar e matar o ex-sogro e a mãe dele

Leonardo Alves, filho e neto das vítimas de envenenamento em Goiânia, foi ouvido pela Polícia Civil na terça-feira (26), na Delegacia de Investigação de Homicídios, na capital. Na ocasião, ele falou pela primeira vez à imprensa sobre o crime.

“Tem sido tudo muito rápido e muita surpresa negativa para a gente. A gente nunca imaginava tamanha brutalidade”, disse em entrevista à imprensa, na porta da delegacia.

Ele ainda relatou que está sendo difícil para a família, que ainda vive o luto da perda de Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza Alves, de 85.

“E, por fim, eu agradeço muito também o papel da imprensa, porque eu tenho recebido bastante feedback que tem apoiado toda essa estrutura de investigação. E a gente conta com o apoio da polícia e de todos vocês pra ajudar a resolução o quanto antes desse caso”, concluiu.

Além de Leonardo Filho, a irmã e a mãe dele prestaram depoimento na última terça-feira. Ao todo, eles ficaram por 4 horas na delegacia. As oitivas devem ajudar a traçar o perfil psicológico de Amanda Partata Mortoza, de 31 anos.

Leonardo teve um relacionamento curto com a Amanda Partata, que está presa por suspeita de envenenar e matar o ex-sogro e a mãe dele.

Envenenamento

A advogada Amanda Partata, suspeita de matar o ex-sogro e a mãe dele envenenados, colocou uma substância altamente tóxicas em doces que ela comprou para a família. A informação foi dada pela Polícia Técnico-Científica (PTC), durante coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (27). O nome do produto não foi revelado por questões de segurança. A substância foi identificada apenas óxido inorgânico. O crime aconteceu no dia 17 de dezembro, em Goiânia, e segue sob investigação.

A perícia apontou que a substância foi colocada em dois bolos no pote depois que a suspeita comprou em uma famosa doceria de Goiânia. Segundo os peritos, a mesma substância encontrada nos doces foi localizada também no corpo das vítimas.

De acordo com a PTC, a substância é altamente tóxica e difícil de ser encontrada. Além disso, ela tem alta letalidade e pequenas quantidades são capazes de causar danos irreversíveis.

Habeas corpus

No dia 23 de dezembro pedido de habeas corpus feito pela defesa de Amanda Partata foi submetido à análise do Tribunal de Justiça de Goiás , pelos advogados Carlos Márcio Rissi Macedo e Renato Lopes Rocha. Eles argumentaram que não há fundamentos suficientes para justificar a prisão da suspeita.

No entanto, o desembargador respondeu que os indícios de autoria são suficientes para manter Amanda presa, e fez elogios ao trabalho de investigação da Polícia Civil: “cumpriu com maestria, brilhantismo e agilidade o dever de trazer elementos que colocam a paciente na cena do crime, e ainda demonstrou que a segregada foi a um estabelecimento comercial para adquirir os alimentos, que possivelmente foram intoxicados”.