“Não me conformo”, diz sogra que tomou golpe milionário do genro
Mulher chegou a fazer um repasse de R$ 5 milhões para serem aplicados em bitcoins, segundo o advogado
“Não me conformo.” A fala é de uma idosa que denunciou o genro por um golpe que teria dado R$ 30 milhões de prejuízo, em Goiânia. O Mais Goiás divulgou o caso na quinta-feira (21). A Delegacia Especializada no Atendimento ao Idoso da capital investiga.
Consta no inquérito policial que o assédio sobre a idosa por investimentos conjuntos começou em 2018, quando o suspeito entrou para a família. Em 2021, se tornou mais intenso, quando, durante a pandemia, o suspeito e a filha da vítima foram morar na casa dos sogros.
Ele começou a convencê-la de que havia opções de investimentos seguros. Conforme o advogado da idosa, Leonardo Lacerda Jubé, ela queria ajudar o genro a começar a vida empresarial para ter um futuro com segurança para a família deles. Ela chegou a fazer um repasse de R$ 5 milhões para serem aplicados em bitcoins. Com o passar do tempo, ele foi convencendo a sogra a realizar mais investimentos, sem nunca prestar contas.
“Minha filha se casou, engravidou e, como morava em um apartamento pequeno, eu a convidei para morar em minha casa. Ele passava o tempo todo ao meu lado. Ele tem o poder de convencimento, acreditei mais nele do que nos meus próprios filhos. Sempre dizia que estava tudo bem, tudo dando certo”, desabafa.
O casal morou na casa dos sogros durante oito meses, mas o assédio e os golpes duraram cerca de um ano e meio, conforme a polícia. “O dinheiro que entrava, ele passava para o CPF dele e sumia com os valores”, relata ela.
Foi tentado uma solução extrajudicial, mas o homem disse que não tinha contas a prestar, pois se tratava de uma relação familiar. Com isso, a mulher entrou com ação na esfera cível e criminal. O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, inclusive, já determinou que o empresário preste contas do que fez com o dinheiro que captou da sogra para investimentos e constituição de empresas.
Nas tentativas de rastrear o dinheiro que a empresária repassou de boa-fé ao genro, constatou-se que ele atua irregularmente no mercado financeiro, sem cadastro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que pode configurar “esquema de pirâmide”.
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