“Não me mata, olha o meu filho!”, gritou vítima grávida antes de ser morta a tiro pelo marido
Juiz manda Aginaldo Viríssimo ao banco dos réus, por homicídio qualificado; mulher foi morta em junho
Caberá ao Conselho de Sentença, composto por sete membros do júri, determinar a culpa ou inocência de Aginaldo Viríssimo Cuelho, de 50 anos. Ele é acusado de matar a esposa, Denise da Silva, 34, no dia 4 de junho. A mulher, grávida de Aginaldo, foi morta a tiros, na frente do próprio filho, 6. O crime aconteceu na porta da casa dos dois, em um condomínio, no Setor Caravelas, em Goiânia.
“A culpabilidade, além das qualificadoras — feminicídio e impossibilidade de defesa da vítima — serão determinadas pelo júri, apesar de, no meu entendimento, merecem acolhimento pelos jurados”, determina o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri da capital. O magistrado acrescentou à decisão depoimentos colhidos na audiência de instrução e julgamento do homem.
Uma vizinha descreveu, em depoimento, o instante do assassinato. A mulher revelou ter visto quando Aginaldo e Denise saíram da casa durante a discussão e disse ter visto e ouvido a vítima implorar para não morrer. “A todo momento Denise gritava: ‘Não me mata! Olha o meu filho!
Quando a mulher já estava caída, relata a mulher, Aginaldo colocou o joelho em seu pescoço “e disse que iria ensiná-la como deveria tratar um homem e deu um tiro na cabeça de Denise”
Para Jesseir Coelho, não há dúvida quanto ao assassinato. “Os indícios do crime cometido e da autoria estão presentes nos autos, em provas e no próprio depoimento do acusado, que assumiu em confissão.” O juiz disse que o júri não tem data agendada.
O fato
Imagens de monitoramento do condomínio registraram toda a ação criminosa, marcada pela fuga a pé do homem, que ainda empunhava a arma. Aginaldo Viríssimo e Denise Ferreira viviam juntos, mas o casamento era conturbado. Ele é acusado de matá-la com dois tiros na casa em que viviam. Denise tinha um outro filho, quando se mudou de São Paulo para Goiânia, para viver com Aginaldo, motorista de ônibus de uma dupla sertaneja.
O menino foi acolhido por uma vizinha, após ver todo o acontecido. Pai e tia-avó da criança vieram a Goiânia, buscar a criança, que hoje vive com o genitor. O corpo de Denise foi velado e enterrado em São Paulo, onde moram a mãe, irmãs e o restante da família.