CIDADE LIVRE

Associação cultural Pontão de Cultura Cidade Livre é tema do Mais Goiás.doc

Personagens contam como o grupo ajudou crianças e adultos através da cultura

Associação cultural Pontão da Cultura é tema do Mais Goiás.doc (Foto: Artur Dias | Arte: Niame Loiola)

O Mais Goiás.doc dessa semana conta a história do grupo de arte Pontão de Cultura Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia. A associação foi criada e fundada em 2004, quando 15 pessoas decidiram montar espetáculos sociopedagógicos para apresentar em escolas da região. A ideia do projeto era levar cultura e arte para a sociedade periférica com de produções de teatro.

“Eu venho da origem da igreja Católica, que tinha um complô que fazia a encenação da paixão  e morte de Jesus Cristo. Esse evento, que era anual, tomou uma proporção gigantesca e a gente chegou a levar cinco mil pessoas em um deles. Decidimos ir até a Agência Goiana de Cultura (Agepel) para nos auxiliar, sobretudo, com a preparação técnica. A Agepel nos encaminhou até Mauri Fernado de Castro – um dos grandes nomes do teatro goiano”, conta Jefferson Lobato, fundador do Pontão de Cultura Cidade Livre.

No dia 8 de maio de 2004, aqueles 15 integrantes do projeto se juntaram e começaram a fazer apresentações em escolas. Hoje, depois de 17 anos, o Pontão de Cultura tem um lugar próprio, localizado em Aparecida de Goiânia, para os alunos participarem das oficinas e conta com 11 voluntários que atuam de forma direta na associação. Em razão da pandemia, o lugar está com turmas limitadas e com apenas 35 alunos.

Nayara Ferreira é advogada e presidente do Pontão. Ela revela que a associação foi um marco na sua história. “Acho que eu não seria metade do que eu sou hoje, se não fosse esse lugar. Quando eu vim para cá, eu não fiz somente teatro, eu fui incentivada a fazer cursinho, a estudar para o vestibular, fui incentivada a ler. Se eu fui bolsista do Prouni, foi graças ao Pontão de Cultura”, diz.

Natércia Gadelha Nunes é mãe de um aluno da associação e moradora de Goiânia. Ela, que conheceu o projeto pelas redes sociais, diz que não vê muitas opções gratuitas de arte e cultura no bairro onde mora na capital . “Quando eu descobri esse projeto gratuito e democrático, eu fiquei muito feliz”, relembra.

Pontão de Cultura e a Pandemia

Jefferson conta que a pandemia atrapalhou os projetos, aulas e espetáculos que aconteciam na associação. Segundo ele, o pouco recurso financeiro, que era destinado à manutenção do lugar, se tornou cada vez menor com a evolução da pandemia. “Se não fossem as pessoas que amam o projeto, ele teria falido”, desabafa.

Associação cultural Pontão da Cultura é tema do Mais Goiás.doc
Jefferson Lobato, fundador do Pontão de Cultura Cidade Livre (Foto: Artur Dias | Arte: Niame Loiola)

Antes da pandemia, conta Nayara, os colaboradores e alunos tinham uma rotina muito intensa. Pois, além das oficinas, eles se apresentavam nos finais de semana para o público. O local chegou a receber 400 pessoas por mês durante os espetáculos.

Com a pandemia, no primeiro semestre de 2020, a associação se fechou para o público. No segundo semestre de 2020, tiveram apresentações on-line. Somente em setembro de 2021, quando a prefeitura liberou a realização desse tipo de evento, as oficinas voltaram a acontecer de forma presencial.

Gyovanna Oliveira, professora voluntária no projeto, salienta que dar aula de teatro na modalidade remota foi um desafio. Para ela, a comunicação é mais rápida e as aulas de teatro se tornam muito mais agradáveis de maneira presencial.

Assista ao Mais Goiás.doc: