COMBATE AO MOSQUITO

Nos moldes da pandemia, Saúde em Goiás disponibiliza painel para monitorar casos de dengue

Medidas para monitoramento e acompanhamento da crise foram anunciadas nesta quinta-feira

Secretário de Saúde do Estado de Goiás, Rasível dos Reis, ao lado da superintendente de Vigilância, Flúvia Amorim e de Amanda Limongi, superintendente de Regulação (Foto: Divulgação - SES/GO)

Em uma medida semelhante à adotada durante a pandemia da Covid-19, a Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) disponibilizou um painel de monitoramento para acompanhar a situação dos casos de arboviroses registrados nos municípios goianos – dengue, zika virus e chikungunya. Além disso, a pasta também inicia a implementação de gabinetes de crise que vão auxiliar no combate ao mosquito. 

A ferramenta de monitoramento busca fornecer informações acerca do quadro de internações, registros de contaminações e até óbitos. Ela também apresentará o mapa de incidência das últimas quatro semanas. A SES-GO também informou que haverá coletivas com a imprensa entre os técnicos da pasta e jornalistas todas as terças-feiras.

A medida se dá diante de um salto no número de casos e internações por arboviroses em janeiro de 2024. Apenas no dia 30 de janeiro, Goiás registrou um um pico de 39 pedidos de internação, principalmente entre bebês e crianças, o que gerou o alerta.

Secretário de Saúde de Goiás, Rasível dos Reis explicou em coletiva com a imprensa, nesta quinta (1º), um dos indicativos que levavam aos números. “Antes, a gente tinha mais casos de sorotipo 1 e agora estamos tendo um grande aumento de sorotipo 2. Isso piora o quadro, porque a população está mais vulnerável ao sorotipo 2, que está mais relacionado a gravidade e infecção de crianças e adolescentes.”, pontua.

A superintendente de Regulação da Secretária da Saúde, Amanda Limongi, também endossa a tipificação do vírus mais agressiva entre essas faixas etárias. “Este vírus está circulando em Goiás e aumentando o número de casos graves, principalmente em crianças e idosos, o que não é comum em outros tipos de dengue”, destaca.

Faltam dados para classificar vírus como epidemia

Apesar do alerta, Rasível ressalta que ainda faltam dados para cravar que estamos vivendo em uma epidemia de dengue, cenário parecido com o que Goiás viveu em 2022. “A gente recebe as notificações dessa semana epidemiológica. A gente trabalha com duas semanas de delay, porque demora a comunicação entre as prefeituras.”

No entanto, ele argumenta que o contexto é preocupante. “A situação já é de emergência que tem se sustentado nas últimas três semanas. Até o fim do dia, vamos computar os números para saber se já estamos em situação de epidemia”, esclarece. “Estamos alertando toda a população. A curva que tem se desenhado é similar a de 2022, que foi o pior ano da série histórica de Goiás.”