SAÚDE

Nos últimos cinco anos, Goiás teve cinco casos de febre maculosa; saiba o que é

A doença não pode ser transmitida de pessoa para pessoa, mas sim através da picada de carrapatos infectados por bactéria

Goiás teve 5 casos de febre maculosa registradas entre 2019 e 2023. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e aponta que não houve nenhum registro de óbito da doença no estado no período. Apesar dos números, pesquisadores da UFG, fomentados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), identificam que há a circulação de bactérias do grupo FMB em regiões da capital goiana.

A febre maculosa voltou a tona após registro de surto em Campinas, no Estado de São Paulo, onde três pessoas contraíram a doença na metrópole e morrerem no último dia 8 de junho. Os três estiveram em um evento na Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, no dia 27 de maio. Além dessas três pessoas, uma adolescente de 16 anos que também esteve na festa morreu na noite desta terça-feira (13) com suspeita de febre maculosa.

A doença não pode ser transmitida de pessoa para pessoa, mas sim através da picada de carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii ou Rickettsia parkeri.

Pesquisa

Pesquisa goiana monitora a bactéria que provoca a doença, em Goiânia. Coordenada pelo professor Felipe Krawczak, a equipe de pesquisadores coletou carrapatos da vegetação e de cães, equinos e capivaras oriundos de áreas de vigilância epidemiológica e realizou a pesquisa molecular. Com base nos resultados, foi possível evidenciar a circulação dessas bactérias em Goiás.

“Os cães, equinos e capivaras servem como sentinelas da circulação dessa bactéria em carrapatos”, explica o pesquisador.

Ainda, segundo Felipe, todos os dados obtidos durante o estudo são encaminhados à Secretaria Estadual de Saúde de Goiás e Secretaria Municipal de Saúde da capital para a tomada de decisões, além de publicações científicas.

“Repassamos as informações para as autoridades terem conhecimento se tem risco para o ser humano ou não; se esses carrapatos estão infectados ou não e se são carrapatos que picam o ser humano ou não”, diz.