Nota de corte para cotistas em universidade de Jataí é até 197 pontos maior que nota de corte geral
Alunos cotistas que tentam entrar na Universidade Federal de Jataí (UFJ) precisam se sair melhor…
Alunos cotistas que tentam entrar na Universidade Federal de Jataí (UFJ) precisam se sair melhor que os estudantes que entram pela ampla concorrência. Para o bacharelado noturno de geografia, a pontuação para entrada de cota de escola pública foi de 621,56, e da ampla concorrência de 424,22. São dados relativos ao primeiro semestre de 2022.
Essa é considerada a maior discrepância de nota necessária entre os alunos de sistema de cotas e ampla concorrência encontrada no país. O levantamento foi realizado pela Folha de São Paulo e mostra que há uma distorção em que estudantes cotistas precisam se sair melhor no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem), dificultando o acesso a 1.551 graduações do país.
Segundo o levantamento, das 6.014 graduações presentes no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), em 25,3% ocorre distorção em uma ou mais subcotas.
A UFJ é, conforme mostrado, a que tem maior distorção analisada. Enquanto em Jataí, um aluno cotista precisa fazer 200 pontos a mais que um não cotista. Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por exemplo, um aluno de escola pública precisa fazer 21 pontos a mais que de uma escola particular, pelo sistema de cotas.
Entenda
Segundo levantado pela Folha, a situação decorre da forma como o Sisu operacionaliza a Lei de Cotas. A reportagem aponta que ao contemplar todas as categorias previstas pelo sistema de cotas (escolas públicas, renda e proporção de pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência), acaba gerando distorção e fazendo com que os estudantes principalmente oriundos de escolas públicas tenham que ingressar com notas maiores.