Notificação de casos de vírus Zika se torna compulsória em Goiás
A medida foi adotada com o objetivo de possibilitar maior monitoramento da doença no território goiano. Casos de zika foram registrados em diferentes Estados do País, especialmente na Região Nordeste, com um caso suspeito em Goiás
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A Secretaria de Estado da Saúde (SES) editou resolução que torna compulsória a notificação de todos os casos do vírus Zika no Estado. A medida foi adotada com o objetivo de possibilitar maior monitoramento da doença no território goiano. Casos de zika foram registrados em diferentes Estados do País, especialmente na Região Nordeste. Em Goiás, não há caso confirmado.
A resolução foi elaborada conjuntamente pelo superintendente-executivo da SES, Halim Antonio Girade, e por profissionais da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa). O documento insere a doença pelo vírus zika no elenco de enfermidades de notificação compulsória. Além disso, destaca que a notificação é obrigatória a todos os profissionais de saúde, bem como aos coordenadores das instituições de saúde públicas e privadas responsáveis pelos atendimentos aos pacientes.
Nesta quarta-feira (25/11) a resolução foi repassada, por meio de videoconferência, às 17 Regionais de Saúde do Estado. Na sequência, os representantes de cada regional enviaram a resolução aos municípios de sua abrangência, tornando-a pública nos 246 municípios do Estado.
A proliferação do vírus Zika está sendo associada ao crescente número de registros de microcefalia no país. Neste ano, já chegam a 739 os casos suspeitos. Os casos se concentram em nove Estados e Goiás é o único deles que não está localizado no Nordeste.
O maior número de suspeitas está em Pernambuco (487), primeiro Estado a identificar aumento de microcefalia na região. Em 2014, Pernambuco registrou 12 casos. Em seguida, estão a Paraíba (96), Sergipe (54), o Rio Grande do Norte (47), o Piauí (27), Alagoas (dez), o Ceará (nove), a Bahia (oito) e Goiás (um). Entre esses casos, há uma morte que pode estar relacionada à microcefalia, de acordo com o ministério. O caso está em investigação.
“Pesquisadores, desde o início, estão estabelecendo uma correlação positiva entre a microcefalia e o vírus Zika”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro, em entrevista a jornalistas nesta terça-feira (24). “O que os pesquisadores estão dizendo é que podemos afirmar com segurança que é acima de 90% a probabilidade de ser verdadeiramente o Zika. Há pesquisadores que chegam a dizer que há 99,5% de certeza que é o Zika vírus.”
Segundo ele, o ineditismo da situação faz o trabalho de prevenção do problema ainda mais difícil de ser realizado. “Se tivéssemos uma literatura internacional que nos respaldasse, não tinha nenhum problema. O problema é que tudo que está acontecendo no Brasil é inédito. No mundo todo, não há um caso de epidemia de Zika nem de surto de microcefalia como está acontecendo no Brasil”, afirmou.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) esclarece que não há, em Goiás, casos confirmados de microcefalia associado ao vírus. “É importante ressaltar que, até o momento, conforme divulgação do Ministério da Saúde, existem 18 estados brasileiros com casos confirmados de Zika e Goiás não está entre eles”, explica o órgão.
Dados da secretaria indicam uma média de três a quatro casos de microcefalia por ano em Goiás, não associados ao vírus Zika. “Sobre o caso de microcefalia de um paciente de Goiás, divulgado pelo Ministério da Saúde, a SES-GO esclarece que o caso está em investigação e não há nenhuma confirmação até o momento que correlacione a microcefalia da criança ao Zika vírus”, diz a nota.