Notificação de novos casos de hanseníase em Goiás cai 91,3% entre 2019 e 2021
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Goiás caíram de 1.458 em 2019 para 233 em 2020 e 126 em 2021
A notificação de novos casos de hanseníase caiu 91,3% em Goiás na comparação entre 2019, período pré-pandemia do coronavírus, e o ano de 2021. Os dados são da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás (SBD-GO).
Em números absolutos, o Estado registrou 1.458 casos em 2019; 233 casos em 2020; e 126 casos em 2021. No Brasil, a queda é de 57% (entre 2019 e 2021).
Notificações caíram 45,9% entre 2020 e 2021
Na comparação entre números de 2021 e de 2021, a queda no volume de registros da doença foi de 45,9%.
Para os especialistas da SBD, os números registrados em 2020 e 2021 sugerem que muitos casos de hanseníase continuam sem diagnóstico. “O fato de as estatísticas indicarem uma queda acentuada no número de novos casos em 2020 e 2021 não indica que se está avançando na luta contra a hanseníase. Isso indica que há grande subnotificação”, afirma o vice-presidente da SBD, Heitor de Sá Gonçalves.
De acordo com a SBD, a pandemia gerou dois fenômenos que contribuíram para a queda no volume de notificações. “Houve mudança no fluxo de funcionamento dos serviços de saúde, que reduziram sua rotina de atendimento e passaram a dar prioridade a Covid. A população, mesmo com sinais e sintomas de adoecimento, evitou a busca de ajuda médica com medo de estar em ambientes onde supõe que o risco de contágio pela Covid-19 é maior”, aponta a coordenadora do Departamento de Hanseníase da entidade, Sandra Durães.
Hanseníase no Brasil
No Brasil, em 2019 foram totalizadas 28,8 mil notificações. Em 2020 esse número caiu para 18,1 mil, o que significou uma redução de 38%. Em 2021, essa quantidade recuou ainda mais: foram identificados 12 mil novos casos, ou seja, 57% a menos do que no período pré-pandêmico.
A partir de dados oficiais do Ministério da Saúde, é possível traçar um perfil dos novos casos da doença nos últimos dois anos. Do total de notificações em 2020 e 2021 e que foram comunicados até o momento, 56% dos registros corresponderam ao sexo masculino.
A divulgação deste levantamento feito com base em dados oficiais do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde ocorre às vésperas dos Dias Nacional e Mundial de Combate e Prevenção à Hanseníase, que serão comemorados neste ano em 29 e 30 deste mês. As datas encerram as atividades do Janeiro Roxo, mês se promovem ações de conscientização sobre a doença.
Historicamente, nos últimos 11 anos, a hanseníase acometeu 342.257 pessoas no Brasil. Esse número mantém o país em segundo lugar no ranking mundial de casos da doença, atrás apenas da Índia.