Novas espécies entram para lista de registros do Projeto Bandeiras no Corredor
É a primeira vez que o projeto grava, com armadilhas fotográficas, onça-pintada, anta e saguis; primeira fase do estudo seguirá até abril de 2024
O projeto Bandeiras no Corredor, realizado nos Parques Estaduais da Serra de Caldas Novas e da Mata Atlântica e nas regiões próximas, identificou mais três espécies na área de estudo: onça-pintada melânica, antas e saguis. A ação é realizada nas unidades de conservação e na região de conexão desde fevereiro deste ano, e segue até abril do ano que vem.
“Acreditamos que, esse período de basicamente um ano de estudo, será importante para concluirmos a primeira fase com identificação das espécies presentes nesses parques e região de conexão. Conhecer as espécies presentes na área de estudo e a ocupação que elas fazem dessa área será o primeiro passo para seguirmos com a etapa 2 do projeto”, explicou a coordenadora do projeto e pesquisadora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Alessandra Bertassoni.
A ação é fruto de parceria entre Governo de Goiás, Universidade Federal de Goiás (UFG), Aliança da Terra (AT) e Programa Copaíbas (Funbio). Para o monitoramento da fauna, os pesquisadores instalaram 75 equipamentos de filmagem para observação de um território de 60 mil hectares aproximadamente.
Os locais escolhidos para a instalação das câmeras é feito por aleatoriedade, desde que sejam colocadas em uma distância de três quilômetros uma da outra, formando uma grade amostral contínua. “A logística de manter o funcionamento da grade de amostragem é a parte mais desafiadora do projeto, haja visto as dificuldades de terreno e acesso em algumas localidades”, disse.
A ação possibilita um maior entendimento de como a vegetação e as características de cada local influenciam na presença e forma de ocupação do ambiente dos animais ali. Além disso, o estudo deverá fazer uma estimativa populacional das espécies encontradas, com foco no tamanduá-bandeira.
Bandeiras no Corredor
O estudo será realizado em cinco municípios do Estado de Goiás (Caldas Novas, Rio Quente, Marzagão, Água Limpa e Corumbaíba), está orçado na primeira fase em R$ 250 mil, terá o envolvimento direto de seis pessoas e o indireto de mais 30. A iniciativa é feita em parceria com a Universidade Federal de Goiás, com as organizações da sociedade civil de interesse público (Oscips) Aliança da Terra e Fundo Nacional da Biodiversidade. Todo recurso vem de investimentos estrangeiros, por meio de programas de auxílio à gestão de áreas protegidas.
A coordenação fica a cargo da doutora Alessandra Bertassoni e do doutor Paulo De Marco Júnior, ambos da UFG; os pesquisadores associados diretos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad) são Maurício Tambellini e Paula Tambellini; os pesquisadores associados da UFG são o doutorando Filipe Guimarães Lima e estudantes voluntários; e os da Aliança da Terra são a doutora Caroline Corrêa Nóbrega, analistas e brigadistas.