Violência

Nove são presos por tráfico, homicídios e lavagem de dinheiro em Cristalina

Segundo investigações, facção criminosa dominava a região de Campos Lindos e instituía regras à comunidade

Noves são presos por tráfico, homicídios e lavagem de dinheiro em Cristalina (Foto: MP-GO/ Divulgação)

Nove pessoas foram presas por envolvimento com tráfico de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro no distrito de Campos Lindos, na zona rural de Cristalina, na quarta-feira (20). Os suspeitos fariam parte de uma organização criminosa que, segundo as investigações, domina territorialmente o local, com regras próprias e controle sobre os moradores. 

Durante as buscas, a polícia apreendeu aparelhos celulares, armas brancas, um dispositivo de choque (taser), anotações indicativas do comércio ilícito de entorpecentes e mais de R$ 43 mil. As prisões e os mandados de busca e apreensão fazem parte da Operação Marajá, realizada pela 2ª promotoria do Ministério Público (MP) de Cristalina, que investiga o tráfico de drogas na região. 

De acordo com o promotor Ramiro Carpenedo Martins Netto, que comanda as investigações, o distrito não possui Polícia Civil e tem só uma viatura da Polícia Militar (PM) para fazer o policiamento, o que permitiu o controle e hegemonia do tráfico de drogas no local. Ele explica que as investigações se iniciaram pelo grande número de homicídios ocorridos desde 2015, dezenas dos quais não esclarecidos.

Controle

O promotor explica que a princípio havia uma disputa pelo controle do tráfico de drogas em Campos Lindos, o que gerou muitos assassinatos. No entanto, uma das partes venceu a disputa e passou a exercer hegemonia no local. Assim, estabeleceu regras para a comunidade que vive por ali.

 “Alguns homicídios que apuramos não tem ligação direta com o narcotráfico, mas era preciso pedir permissão para os ‘donos’ do local para cometê-los. O domínio dos criminosos era tão forte que os corpos eram jogadas à luz do dia no meio da rua, para passar recado”, salienta o promotor. Ele diz ainda que o local funcionava basicamente como uma comunidade dominada, em que havia regras para não brigar, furtar ou matar.

Para chegar aos autores, que ainda não tiveram seus nomes divulgados, os investigadores contaram com a colaboração premiada de um membro da facção criminosa.  

Participaram da operação oito promotores de Justiça, oito oficiais de Promotoria e 58 policiais militares da Rotam, Choque, GPT e 32ª Companhia Independente da PM de Cristalina.