PRELADO DE GOIÂNIA

Novo arcebispo de Goiânia usa redes sociais para passar mensagens de fé

Aos 55 anos, o novo arcebispo de Goiânia, dom João Justino, tem posicionamentos em defesa da educação inclusiva e da ciência

O Papa Francisco nomeou dom João Justino de Medeiros Silva como o novo arcebispo da capital. Presidente reeleito da Comissão de Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o prelado de 55 anos é visto como progressista, com posicionamentos em defesa da educação inclusiva e da ciência, e tem até um podcast no Spotify.

Dom João Justino é natural de Juiz de Fora, Minas Gerais. Estudou Filosofia, Teologia e Pedagogia, além de ter mestrado em Ciências Sociais e doutorado em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Transferido da Sé de Montes Claros (MG), ele está presente na maioria das redes sociais, como Instagram, Facebook, Twitter e até Spotify, plataforma em que mantém um podcast com os programas Testemunho da Luz e Luz para os meus Passos.

O clérigo, que ainda será empossado arcebispo de Goiânia e grão-chanceler da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), tem posicionamentos considerados progressistas, como a defesa das cotas raciais, povos indígenas e contra projetos conservadores na educação.

Dom João Justino (Foto: CNBB)

Dom João Justino já se manifestou sobre meritocracia e Escola sem Partido

Em 2018, dom João deu entrevista à imprensa da CNBB na qual manifestou preocupação com o o fato de que, segundo ele, “o ensino superior seja tratado cada vez mais segundo lógica da competitividade do mercado de trabalho, desmerecendo o seu caráter humanístico e crítico-reflexivo”. Questionado sobre sua visão quanto às cotas de acesso às universidades, dom João afirmou que “fazem parte de um conjunto de medidas que certamente abrem um leque de oportunidades para quem mais precisa”.

“Só faria sentido falar-se em “meritocracia” numa sociedade ideal, onde todos partissem do mesmo ponto, com as mesmas condições; e é bastante claro que isso não acontece em nosso país”, declarou, à época. Perguntado sobre o polêmico projeto Escola sem Partido, o o prelado disse que via com preocupação, uma vez que que seria uma “proposta que provoca mais polarização que disposição ao diálogo”.

“Concordo e defendo que nenhuma escola deva estar a serviço de ideologias partidárias. No entanto, a tese de total neutralidade é no mínimo ingênua e desconhece os processos do conhecimento”, pontuou. Já em suas redes sociais, dom João já se manifestou a favor do isolamento social durante a pandemia e contra projetos como o Marco Temporal, que determina que povos indígenas só podem reivindicar terras onde já estavam no dia 5 de outubro de 1988.