Número de detentos inscritos no Enem cresce 60% em Goiás
No ano passado, apenas 382 presos participaram da prova, enquanto neste ano, o índice subiu para 611
O número de detentos inscritos no Enem cresceu 60% em Goiás. As informações são de um levantamento feito pela Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP). No ano passado, apenas 382 presos participaram da prova, enquanto neste ano, o índice subiu para 611. Nesta edição, o exame nacional avaliará presos de 39 unidades prisionais do estado goiano. As inscrições para a prova, destinada para pessoas privadas de liberdade ou sob medida socioeducativa, se encerraram no último dia 17.
Um dos detentos de Porangatu, de 26 anos, afirma que o Enem representa uma oportunidade para entrar na faculdade. “É uma chance que não tive lá fora. Espero vitórias! Eu quero correr atrás do tempo perdido, entrar numa faculdade, me formar, e ser alguém na vida, porque se tem uma coisa que ninguém tira da gente é o estudo”, planeja.
Segundo o levantamento, a Unidade Prisional Regional (UPR) de Anápolis se destaca com 135 presos inscritos. Em seguida vem a UPR de Itumbiara e Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia, onde, respectivamente, 66 e 40 detentos também farão a prova do Enem.
Entenda como são aplicadas as provas para os detentos inscritos no Enem
As provas serão aplicadas nos dias 11 e 12 de janeiro de 2022. O exame destinado aos detentos tem o mesmo nível de dificuldade do Enem regular. A única diferença está na aplicação das provas, que ocorre em data diferente e dentro de unidades prisionais e socioeducativas indicadas pelos órgãos de administração de cada estado.
Como forma de incentivar a participação dos detentos e alcançar o maior número possível de participantes, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) também oferece o material de preparação.
Outro preso, de Itumbirara, fez a prova do Enem no ano passado e conseguiu uma vaga para cursar engenharia elétrica em uma universidade particular do município. “Graças ao apoio da minha família e as oportunidades, posso almejar um novo futuro. O mundo muito julga e pouco estende as mãos para oferecer ajuda. Quando encontramos apoio e incentivo, vemos uma janela se abrir para um novo caminho”, disse.
*Larissa Feitosa compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Hugo Oliveira.