Número de incêndios em vegetação sobe 11,4% em Goiás
Goiás registrou, até o mês de julho deste ano, 3.084 casos de incêndio em vegetação, segundo…
Goiás registrou, até o mês de julho deste ano, 3.084 casos de incêndio em vegetação, segundo o Corpo de Bombeiros. No mesmo período de 2017, foram notificados 2.730 focos, o que resulta num aumento de 11,4%. Em todo o ano passado, a corporação contabilizou 6.922 focos.
No final de semana, incêndios foram a causa ou contribuíram para ocorrência de duas fatalidades no Estado. Na BR-452, em Bom Jesus de Goiás, uma mulher de 27 anos morreu após o veiculo que estava colidir com um caminhão que vinha no sentido oposto. A falta de visibilidade na pista decorrente de um incêndio às margens da rodovia pode ter relação com o acidente.
Além disso, um homem, de 39 anos, morreu carbonizado após tentar combater um incêndio no canavial da Usina Vale do Verdão, em Santa Helena, a cerca de 209 quilômetros de Goiânia. Outro segue internado no Hospital de Urgências da Região Sudoeste (Hurso).
Segundo o tenente-coronel Fernando Caramashi, a ação humana é a principal causa de situações como essas. Ele destaca que mudanças climáticas ajudam na propagação de chamas, o que pode fazer com que as chamas fiquem fora de controle. “Infelizmente, nós temos uma cultura de atear fogo em vegetação seca para acabar com lixo ou até mesmo para realizar a limpeza de uma grande espaço aberto. O problema é que essas queimadas são ilegais e saem do controle, chegando atingir reservas importantes ou comprometendo a visibilidade dos motoristas, além de acabar com a flora e fauna do Cerrado”, explica.
Em outubro do ano passado, um incêndio atingiu mais de 66 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, quando 28% da reserva ambiental ficou destruído. Na época, cerca de 500 voluntários participaram do combate às chamas.
Para que o caso não se repita, Caramashi reforça que bombeiros investiram na construção de uma sala de monitoramento na base da corporação, em Aparecida de Goiânia. A central, segundo ele, auxilia na detecção de focos de incêndio em todo o Estado. “No ano passado, tivemos uma dificuldade enorme no combate às chamas na Chapada dos Veadeiros. Com esse sistema, a gente chega antes no fogo e combate mais rápido”, ressalta.
Incêndio Urbano
Na contramão da crescente de queimadas em vegetação, o número de incêndios urbanos tem registrado queda. Até julho deste ano, bombeiros contabilizaram 1.980 casos no Estado. A quantia é 30% menor que o cálculo feito no mesmo período do ano passado, quando bombeiros anotaram 2.830 focos. Em todo o ano de 2017, a corporação atendeu 5174 ocorrências em casas, prédios, comércios e veículos entre outros.
A maioria dos acionamentos em 2018 ocorreram em residências, já são 745. A segunda maior causa de chamados é incêndio veicular, os quais registram 576 até o momento. O Corpo de Bombeiros registrou ainda 99 focos em comércios. Os dados se referem aos sete primeiros meses do ano.
Exemplo dessa realidade foi a destruição de uma academia localizada no Setor Sul no último domingo (2). Antes disso, em agosto, um idoso de 75 anos foi resgatado após a sua residência ser consumida pelas chamas, em Anápolis. Além dele, foram salvos cinco filhotes de cachorro.
Origem e cuidados
O tenente-coronel destaca que casos como esses estão relacionados, muitas vezes, com a sobrecarga da rede elétrica do local afetado. “A maioria dos casos ocorrem por falta de inspeção e reparos necessários na estrutura elétrica, pois, com o passar do tempo, há uma sobrecarga na rede, a qual pode ocasionar incêndios. Mas também temos casos de ação direta como o acendimento de velas e a utilização de equipamentos da cozinha, por exemplo”, destaca.
Caramashi revela que, em caso de incêndio, é preciso que a pessoa procure um local seguro, acione a corporação e, em nenhuma hipótese tente apagar as chamas por conta própria. “É muito importante que os proprietários solicitem a vistoria para que se tenha o Certificado de Conformidade. Isso pode ser solicitado pela internet e essa vistoria busca, justamente, levar proteção ao proprietários e eventuais funcionários”, conclui.