Trindade

OAB-GO cobra rapidez nas investigações de mortes de irmãos em suposto confronto com a PM

A entidade também cobra dados da ação policial que resultou na morte de Breno Rodrigues Pires do Rego, no último dia 2 de janeiro

Rapidez nas investigações das mortes dos irmãos em suposto confronto com a Polícia Militar (PM), na última segunda-feira (6), em Trindade. É o que cobra a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO). Portaria aberta pela Comissão nesta terça-feira (7) determina instauração de processo e expedição de ofícios a órgãos do estado para solicitar informações acerca do desenvolvimento da apuração do caso. Além dos irmãos, a entidade também cobra dados da ação policial que resultou na morte de Breno Rodrigues Pires do Rego, no Jardim Goiás, em Goiânia, no último dia 2 de janeiro.

O presidente da CDH, Roberto Serra, disse que a comissão foi informada, pela imprensa, sobre os dois casos. O advogado explica que, devido ao alto índice de mortos em ações policiais, os membros da CDH criaram uma subcomissão para acompanhar. Foram 257 entre janeiro e setembro de 2019, segundo levantamento do O Popular. “Temos acompanhado este tipo de ocorrência há algum tempo e todas as vezes que situações dessa natureza ocorrem, cobramos uma ação rápida do estado para que a investigação ocorra de forma rápida como os casos exigem”.

No documento, os advogados solicitam informações à Delegacia de Homicídios de Goiânia, cidade em que Breno foi morto; à 1ª Delegacia de Trindade, município em que os irmãos Kaleb de Paula Araújo e Victor de Paula Araújo morreram; ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) e à Corregedoria da PM.

Roberto Serra destaca que a OAB não tem poder de Polícia, mas sim de acompanhamento. “Queremos acompanhar os detalhes dos casos e, sobretudo, que eles sejam resolvidos com rapidez e os culpados sejam punidos e que os inocentes sejam inocentados. Acreditamos que, com essas medidas prévias, os inquéritos tramitem com a agilidade que se espera”, afirmou.

Ainda conforme o advogado, o pai dos irmãos solicitou acompanhamento à CHD. O membro da comissão, André Vinicius Dias Carneiro, irá acompanhar o homem durante ida ao MP na tarde desta quarta-feira (8).

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que todas as ocorrências de confronto entre policiais e suspeitos de crimes são investigadas com o mais absoluto rigor. “Todas as medidas neste sentido estão sendo tomadas na ocorrência registrada em Trindade. O caso está sendo apurado pela Polícia Civil e também pela Corregedoria da Polícia Militar”, diz trecho.

Relembre

Os irmãos Victor de Paula Araújo, de 21 anos; e Kalebe de Paula Araújo, de 18, foram mortos durante ação policial no setor Maysa II, em Trindade, na última segunda-feira (6). A PM diz que houve confronto, já a família dos jovens afirma que os policiais entraram dentro da casa das vítimas atirando. “A perícia só chegou depois que os policiais limparam a cena do crime. Nós já tínhamos até entrado na casa” afirmou um familiar dos jovens ao Mais Goiás.

Segundo o homem, os policiais teriam impedido a entrada de outras pessoas na residência, limparam o local, colocaram os corpos das vítimas na ambulância, logo em seguida, liberaram o local. A família relata que, nesse momento, os dois já estavam mortos.

Em contrapartida, a corporação afirmou que os dois rapazes foram socorridos com vida, levados para hospital mas não sobreviveram aos ferimentos.Que Victor e Kaleb eram suspeitos de porte ilegal de armas. E mais: que faziam parte de uma facção criminosa. Outra alegação é de que na casa foram encontrados dois tabletes de maconha, três armas de fogo e um simulacro de arma de fogo. Já o familiar da vítima, disse que somente Victor, de 21 anos, teria envolvimento com o tráfico. O familiar ainda afirmou que Kaleb fazia faculdade a distância.