Obras do BRT Norte/Sul serão retomadas nos próximos dias, afirma ministro das Cidades
Após reunião com o prefeito Íris Rezende, na manhã desta segunda-feira (29), o ministro das…
Após reunião com o prefeito Íris Rezende, na manhã desta segunda-feira (29), o ministro das Cidades Alexandre Baldy anunciou a retomada das obras do BRT Norte-Sul “nos próximos dias”. Prevista para ser finalizada em março de 2017, a construção está paralisada desde julho daquele ano, com 22% do projeto concluído. A nova previsão de entrega é março de 2019. De acordo com a prefeitura, Já foram gastos R$ 63 milhões, dos R$ 244 milhões orçados inicialmente.
De acordo com Baldy, obra parada traz prejuízos à economia e dificuldades para a população e administração. “Os recursos serão liberados de acordo com as medições realizadas. Não faltará recurso para atender as obras do BRT, de acordo com os contratos vigentes. Toda a parte burocrática já está sendo viabilizada, afirma o ministro.
As obras foram paralisadas após a Controladoria Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) apontarem disparidades nos valores de itens do orçamento. Como consequência, recursos da Caixa Econômica Federal foram congelados.
Em coletiva de imprensa, o prefeito fez questão de lembrar que a paralisação ainda na gestão anterior. “Vale lembrar que os trabalhos do BRT estavam paralisados antes da minha posse como prefeito. Nos esforçamos e pagamos a contrapartidas da Prefeitura de Goiânia logo no início da gestão, mesmo enfrentando dificuldades financeiras, mas as obras foram novamente paralisadas por outros motivos. Vamos retomar o BRT e concluir a obra. Que Goiânia se contemple com essa nova ação”.
Salários atrasados
De acordo com uma funcionária da obra, salários de funcionários de trabalhadores celetistas e com contratos de Pessoa Jurídica (PJ) estão atrasados desde junho de 2017. “A obra parou pela primeira vez em novembro de 2016. Voltou em abril de 2017 e funcionou até metade de julho. Desde junho PJs não recebem. Dividiram salários de junho e julho em até 10 vezes. No meu caso, só pagaram a primeira parcela, mas alguns não receberam nada. O pessoal da CLT recebeu parcelas referentes a junho e julho apenas em novembro do ano passado”. De acordo com a trabalhadora, outro pagamento deveria ser depositado nesta segunda, mas até o momento não foi efetuado.
Segundo o tecnólogo em estradas Marco Aurélio Vieira da Silva, que trabalha como celetista na obra do BRT, trabalhadores da obra já tem uma ação protocolada na Justiça pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sticep). “A ação estava em stand by porque tínhamos um acordo com a empresa EPC Engenharia e ela estava cumprindo”.
O acordo, segundo Marco Antônio, foi firmado em agosto, quando trabalhadores estavam há 3 meses sem salário. “Iriam demitir todos, mas para isso, precisavam depositar os três meses de FGTS que estavam atrasados. Fizeram isso e o acordo foi para o parcelamento do pagamento de salários e multas em 10 vezes”.
Foi acertado entre as partes que os depósitos ocorreriam nos dias 1° de cada mês, mas a empresa cumpriu o acordo apenas na primeira parcela. “Os atrasos começaram a partir da segunda parcela. A terceira, combinada para 1° de janeiro foi adiada para o dia 14 e depois para hoje, dia 29, mas não recebemos até o momento. Queremos que a situação junto à Caixa seja resolvida. Sempre tivemos diálogo com a empresa e queremos retomar as atividades. Queremos que a Caixa repasse os recursos à EPC Engenharia, para que a empresa possa nos pagar”, reforça o tecnólogo.
A reportagem do Mais Goiás tentou contato com as empresa EPC e WVG, responsáveis pelas obras, mas foi informada de que os diretores não vão falar sobre o assunto. A equipe do portal também tentou contato com a assessoria da Caixa Econômica Federal em Goiás, mas não teve suas ligações atendidas.
BRT
No total, o corredor exclusivo BRT Norte/Sul terá 21,7 quilômetros de extensão, com seis terminais de integração e 40 estações de embarque e desembarque. De acordo com informações da Prefeitura de Goiânia, o primeiro trecho é compreendido entre os terminais Isidória e Recanto do Bosque, mas o corredor terá como itinerário a integração entre os setores Recanto do Bosque, na Região Noroeste, ao terminal de integração Cruzeiro do Sul, Região Sudoeste, que integra o segundo trecho. O corredor abrangerá as seguintes vias: as avenidas Rio Verde, Quarta Radial, Primeira Radial, Goiás, Goiás Norte, Horácio Costa e Silva, Genésio de Lima Brito, Ipês, Lúcio Rebelo e Mangalô, além das praças Cívica, dos trabalhadores, do Cruzeiro e as ruas 90, 84, 82 e Tapuios e Oriente.