OCB, Assembleia e governo vão doar cestas básicas para motoristas de vans
Essa e outras medidas visam ser alternativa a projeto de lei que pretende regulamentar transporte escolar e de turismo durante a pandemia
A Organização das Cooperativas Brasileiras em Goiás (OCB-GO) informou, por nota, que, junto ao governo de Goiás e a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), criou uma força-tarefa para atender os trabalhadores autônomos do transporte escolar e de turismo. A primeira medida já acertada nesta quinta-feira (21) é a doação de cestas básicas nos próximos três meses para atender cerca de 2 mil trabalhadores na capital e no interior de Goiás.
“A doação das cestas básicas já vai suprir a necessidade mais básica e urgente de qualquer pessoa, que é o alimento. Mas também estamos muito confiantes de que vamos conseguir, via Goiás Fomento, uma linha de crédito para que os autônomos e empresários do transporte escolar e de turismo possam ter um mínimo de liquidez financeira”, afirma Luís Alberto Pereira, presidente da OCB-GO.
Luís entrou em contato o presidente da Alego, Lissauer Vieira (PSB), na quarta-feira (20), que por sua vez entrou em contato com o governador Ronaldo Caiado (DEM). O gestor estadual autorizou, então, a doação de 6 mil cestas básicas e também se prontificou em viabilizar uma linha em condições mais favoráveis na Goiás Fomento para a categoria.
Projeto
Segundo exposto, a categoria não trabalha há cerca de 70 dias, por causa das medidas de restrição adotas para o combate à pandemia do novo coronavírus no Estado. Além disso, nesta sexta-feira (22), haverá uma reunião na Goiás Fomento para ofertar uma linha de crédito especial para a categoria no Estado. E ainda: é estudado um acordo com empresas de médio e grande porte para que disponibilizem transporte alternativo para o deslocamento dos seus funcionários.
Acerca do projeto de lei de Alysson Lima (Solidariedade), que tenta a autorização para o funcionamento do transporte alternativo na Região Metropolitana de Goiânia, Luís diz que defende soluções rápidas. “Defendíamos o projeto de lei como forma de viabilizar uma solução provisória para a categoria. Contudo, estamos buscando alternativas que resolvam o problema emergencial, sem necessidade de uma lei feita de afogadilho e sem uma maior discussão e detalhamento de como esse modelo de transporte iria funcionar. Precisamos agora é de oferecer soluções rápidas e viáveis para os trabalhadores do transporte escolar e de turismo.”
Travado
E por falar no projeto de lei (PL) de Alysson Lima, o mesmo se encontra travado na Assembleia. Inclusive, foi por isso que motoristas de vans iniciaram, na manhã de quarta-feira (20), uma manifestação, que se estendeu por toda a noite em frente à sede do Legislativo goiano, e que deve continuar.
Em entrevista ao Mais Goiás, o deputado Alysson Lima (Solidariedade) argumentou que o projeto foi elaborado para atender tanto a população, evitando a superlotação dos ônibus, como a categoria que está parada e sem nenhuma renda. A matéria deveria ter sido pauta na terça-feira (19), mas foi retirada.
A alegação do presidente da Assembleia, Lissauer Vieira, é de que a retirada da matéria tem o objetivo de garantir validade jurídica. O projeto seria encaminhado para a segunda e definitiva votação, mas a procuradoria da Casa orientou que ele fosse analisado primeiramente pela Comissão Temática de Serviços e Obras Públicas.
Além disso, vale destacar, mesmo com o escalonamento obrigatório do comércio decretado em Goiânia, as aglomerações nos ônibus e terminais continuam. O expedidor de uma papelaria, Giovani Sousa, de 17 anos, usa o transporte coletivo para trabalhar. Costumava sair de Trindade, onde reside, às 6h para conseguir chegar no Setor Bueno às 8h. Com a pandemia e o escalonamento o horário de entrada passou a ser às 9h30. Mas nada mudou. Continua saindo de casa no mesmo horário de antes.
“Tenho a sensação de que o número de ônibus diminuiu. Agora eles saem de uma em uma hora. Então se perco um, somente consigo pegar outro depois de uma hora. Não posso me arriscar e perder o horário”, diz. Confira a reportagem completa AQUI.