Ocupação de leitos de UTI de Goiás ainda é a maior do Brasil, diz Fiocruz
Apenas Goiás, entre os 26 estados e DF, tem taxa de ocupação de leitos de UTI para covid acima de 80%
A taxa de ocupação de leitos de UTI de Goiás, destinados a pacientes com Covid-19, permanece como a única do Brasil na zona crítica – ou zona vermelha. De acordo com o boletim Observatório Covid-19 divulgado pela Fiocruz nesta sexta-feira (6), somente Goiás tem o índice de ocupação de leitos de UTI mantidos pelo Estado acima de 80%.
No boletim divulgado pela Fiocruz na última semana, que apontava as taxas de ocupação entre os dias 19 e 26 de julho, Goiás aparecida ao lado do Distrito Federal como os entes que ainda tinham suas UTIs com mais de 80% de lotação. No entanto, no boletim divulgado hoje, referente aos dias 26 de julho a 2 de agosto, o estado goiano aparece como o único na zona vermelha no país inteiro, uma vez que o DF passou da vermelha (zona crítica) para a amarela (zona média).
Conforme o mapa da Fiocruz, 19 estados estão com as taxas de ocupação de UTIs para Covid-19 abaixo de 60%, ou seja, fora da zona de perigo; sete (incluindo o DF) estão na zona intermediária, com as taxas abaixo de 80% e somente um, Goiás, aparece na zona crítica, com taxa de ocupação de 82%. O estados na zona verde são Amazonas, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Maranhão, Roraima, Rondônia, Acre, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Espírito Santo, Pará, Amapá, Alagoas e Paraíba.
Veja o mapa com a ocupação de leitos de UTI:
Já na zona intermediária estão: Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa CatApenasarina, Rio de Janeiro e DF. De acordo com a Fiocruz, “o momento conjuga esperança de controle da pandemia e imensa preocupação com revezes na sua evolução ainda possíveis em face do surgimento e da propagação de variantes mais transmissíveis e, eventualmente, mais agressivas.”
“A vacinação tem feito grande diferença na redução da gravidade de casos, internações e de óbitos no país. Entretanto, o vírus continua circulando, ainda são muitos elevados os patamares de casos novos e óbitos. Outro agravante é que pessoas vacinadas, mesmo com o esquema vacinal completo, podem ser infectadas e transmitir o vírus. No caso das vacinas administradas em duas doses, como a Coronavac, AstraZeneca e Pfizer, a primeira dose confere proteção muito inferior ao esquema vacinal completo”, conclui a fundação.
Leitos de UTI: para governo de Goiás, estado está em “platô de estabilidade”
Conforme dados da Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) desta sexta-feira (6), a taxa de ocupação de leitos de UTIs para pacientes de Covid-19 mantidos pelo Estado está em 84%. Em nota enviada ao Mais Goiás na última semana, a SES-GO declarou que essa taxa tem variado entre 75% a 85%, mantendo um platô de estabilidade”.
“Esse é um sinal de alerta, que vem sendo acompanhado continuamente pelas autoridades sanitárias. Não houve fechamento de leitos e nem hospitais na rede estadual. O Estado conta com oito hospitais de campanha, além de leitos em unidades próprias e conveniadas. Ao todo, há 608 UTIs para casos de Covid-19 na rede estadual.
Semanalmente é realizado um estudo sobre a situação epidemiológica do Estado, considerando a aceleração do contágio e a sobrecarga do sistema de saúde nas 18 regiões de Goiás. Os resultados são classificados em três categorias que servem para subsidiar os gestores na tomada de decisão sobre as medidas sanitárias adotadas em cada município. As flexibilizações podem ocorrer, mas com os devidos cuidados sanitários, o que exige participação da população no cumprimento das regras.”
Ainda segundo a pasta, Goiás tem, hoje, sete regiões em situação de calamidade, oito em situação crítica e três em situação de alerta, no que se refere ao cenário do coronavírus no estado. Além disso, a SES-GO já confirmou 759.236 casos e 21.236 óbitos em decorrência da Covid-19. O índice de mortalidade é de 302 óbitos a cada 100 mil habitantes.