"Não era amor"

Operação Cilada prende quadrilha suspeita de extorquir vítimas para não divulgar vídeos íntimos no DF

Cinco pessoas foram presas e outras três estão foragidas

A Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) prendeu cinco pessoas nesta terça-feira (25) na Operação Cilada, que extorquia dinheiro para não divulgar vídeos íntimos. Foram cumpridos oito mandados de prisão, cinco deles em Goiás. Os outros três estão foragidos.

Dentre os suspeitos detidos estão quatro que utilizam nome social. Yago Pereira da Silva, 24 anos, conhecida como Anitta; Eduardo Sousa Luz Santos, 24 anos, reconhecida como Stefanny; Paulo Henrique Alves Ferreira, 21 anos; Marcelo Dias Moreira, 20 anos, que se identifica como “Marcela”; e Hiago Alves dos Santos, 20, que se apresenta como “Tifanny Lorrani”.

Samuel Junio Napole de Souza, de 21 anos, apontado como o líder do grupo, está no Chile. Além dele estão foragidos Paulo Rogério Vasconcelos, de 20 anos, que estaria na Europa, e Carlos Henrique Leão Costa, 19 anos, que foi visto pela última vez em São Paulo.

Modus operandi

De acordo com a PC-DF, a quadrilha tinha preferência por homens casados e com alto poder aquisitivo. As vítimas eram encontradas em sites de prostituição ou em aplicativos de encontro voltados ao público de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros (LGBT). Depois disso, os encontros eram marcados em hotéis no Setor Hoteleiro Sul, em Brasília.

As investigações apontam que a quadrilha agia em grupos de quatro pessoas. Enquanto um mantinha relações sexuais com a vítima, os demais tiravam fotos e filmavam tudo. Em seguida acontecia a extorsão. Em alguns casos, mesmo com a cooperação, o homem ainda era agredido.

De acordo com o delegado da 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal, Gleyson Gomes Mascarenhas, o primeiro registro do crime foi em janeiro deste ano. Apesar disso, a suspeita é de que a quadrilha tenha chegado a Brasília no ano passado.

“Constatamos que elas agiam em diversas regiões como Goiás, São Paulo e Fortaleza. Apesar de as investigadas serem de Goiânia, todas viajavam muito e não mantinham residência fixa”, disse Mascarenhas.

Débito e crédito

O delegado revelou também que o grupo tomava dinheiro das vítimas de várias formas. Em alguns casos eles exigiam saques em caixas eletrônicos. Em outros, transferências por meio de aplicativos bancários, empréstimos em nome da vítima e até maquinas de cartão eram utilizadas.

A PC-DF apurou que parte do dinheiro recebido foi usado em viagens internacionais. Samuel, por exemplo, lucrou cerca de R$ 100 mil com as extorsões. Em apenas um caso, R$ 22 mil foram subtraídos de uma das vítimas. A investigação aponta ainda que a quadrilha pegou pessoas de pelo menos três cidades: Brasília (DF), Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Fortaleza (CE).

Com informações de Metrópoles.