Operação contra fraude em vendas de terrenos em Luziânia termina com 7 presos
A Operação Duplicidade terminou com o saldo de sete pessoas presas temporariamente e vários documentos…
A Operação Duplicidade terminou com o saldo de sete pessoas presas temporariamente e vários documentos apreendidos. Deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a iniciativa apura supostos casos de estelionato em negociações de vendas de lotes e terrenos de Luziânia, Entorno do Distrito Federal (DF). Três imobiliárias estão na mira das investigações.
O promotor Marcelo Crepaldi explica que cerca de 13 pessoas, entre proprietários de imobiliárias, corretores e supostos laranjas, estão sendo investigadas. As apurações tiveram início após várias denúncias de pessoas que foram realizar a transferência de proprietário e descobriram que o lote foi vendido novamente e sem consentimento.
“Eles faziam levantamentos de lotes que foram vendidos entre as décadas de 1970 a 2000 e não tinham registro de transferência ou ocupação. Ao notar que os imóveis estavam desocupados, o grupo os colocava à venda novamente. Em alguns casos, eles também repassavam os lotes para outras pessoas, por um valor abaixo do mercado, como R$ 3 mil a R$ 4 mil, para que esses laranjas revendessem a R$ 25 mil”, conta.
Marcelo revela que, com isso, o primeiro dono sempre saía em prejuízo. Não se sabe o valor do prejuízo em montante, mas, até o momento, apurou-se que 550 lotes passaram por esse processo. Porém, estima-se que cerca de 3 mil terrenos foram incluídos no sistema criminoso; 77 ocorrências de estelionato foram constatadas na operação.
Prisões e apreensões
Quatro pessoas foram presas em Luziânia, duas outras, em Brasília, e um sétimo, em Orizona. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em nas sedes de imobiliária e na casas dos proprietários e corretores. Marcelo aponta que escrituras e mapas de loteamentos estão entre as apreensões. Segundo ele, os documentos reforçam a hipótese de fraude nas negociações. R$ 200 mil em dinheiro e uma arma também estão na lista de itens confiscados.
“Os documentos aprendidos passarão por análise e os presos passarão por oitiva. Vale ressaltar que as prisões são temporárias e foram expedidas pois, até o momento, essas pessoas têm contra elas indícios mais robustos de composição na cadeia de fraude”, destaca.
Marcelo pontua que são três imobiliárias distintas que estão sendo investigadas, mas que se interligam pelo conhecimento dos proprietários e pela união na confecção das supostas fraudes.
A Justiça também deferiu o bloqueio de cerca de R$ 12 milhões que abarcam imóveis e automóveis. Os presos estão sendo encaminhados para Luziânia. De acordo com o promotor, conforme ficar provado as respectivas participações, os envolvidos podem responder por estelionato, falsidade de documentos, associação criminosa e lavagem de dinheiro.