Estelionato

Operação da PC prende quadrilha suspeita de aplicar golpes pela OLX, em Goiás

Líder do grupo comandava as ações de dentro da CPP; prejuízo das vítimas, 15 identificadas até agora, é estimado em cerca de R$ 300 mil

Uma quadrilha foi presa, no início desta semana, suspeita de aplicar golpes através do aplicativo de compra e venda online, OLX, em Goiás. O líder da associação, Antônio Carlos Godoy de Paula, conhecido como “Toninho” ou “Godoy”, comandava as ações dos comparsas de dentro da Casa de Prisão Provisória (CPP). Prejuízo das vítimas é estimado em cerca de R$ 300 mil.

O grupo foi desarticulado durante a Operação Hermes, deflagrada pela Polícia Civil (PC) em Goiânia e municípios do interior. Segundo informações da corporação, foram presos Chrisley Ferreira Santos; Ana Carolayne Rodrigues dos Santos; Daniela Alves Ribeiro; Scarlett Lorrayne Nunes do Nascimento; Jacilene Alves da Costa e Tuanny Jaciara Marques Silva. O líder da associação, Toninho, faleceu recentemente.

Conforme a PC, a associação atuou entre novembro de 2018 e fevereiro de 2019, quando Toninho foi posto em liberdade. Os objetos escolhidos pela quadrilha eram smartphones avaliados entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, joias diversas com valor médio de R$ 3 mil, além de animais de estimação, com valores mínimos anunciados entre R$ 2,5 mil e R$ 5 mil. Até o momento, a investigação identificou 15 vítimas.

O Golpe

De acordo com a corporação, Toninho se passava por médico, dentista e empresário para enganar as vítimas. Ele escolhia um anúncio feito na OLX e começava a negociar. Ele tratava com elas por ligação e pelo WhatsApp. O suspeito se apresentava como alguém interessado e combinava um encontro com o anunciante, para que o produto fosse verificado por ele antes da “compra”.

Contudo, como estava recluso na CPP, Toninho inventava desculpas às vítimas alegando estar em compromissos, consultas ou procedimentos de emergência, e por isso enviaria uma mulher em seu lugar, que se passaria por sua prima, cunhada ou funcionária. As estelionatárias geralmente escolhiam os nomes de Morgana, Larissa, Amanda ou Gabi. Elas eram responsáveis por avaliar o estado do item e autorizar a suposta “transferência” bancária.

Após receber o aval positivo das suspeitas, Toninho montava um comprovante de depósito falso e enviava para o celular da vítima ou de uma das comparsas. Os anunciantes, acreditando que o comprovante era verdadeiro, entregavam seus bens e só percebiam a fraude dias depois.

O delegado Anderson Pimentel irá ceder mais informações em uma coletiva de imprensa agendada para esta manhã.

*Thaynara da Cunha é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo