Multigrana

Operação desarticula organização envolvida em desvios no Mutirama e no Zoológico de Goiânia

Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e cinco mandados de condução coercitiva em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Senador Canedo

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou nesta terça-feira (23) a Operação Multigrana para desarticular uma organização envolvida em desvios no Parque Mutirama e no Zoológico de Goiânia. Foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária, cinco mandados de condução coercitiva e 12 mandados de busca e apreensão na capital, em Aparecida de Goiânia e em Senador Canedo.

O MPGO divulgou que a organização criminosa estava instalada na Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer de Goiânia (Agetul). Depoimentos já colhidos no Gaeco dão conta que o grupo funcionava há pelo menos quatro gestões diversas na autarquia municipal, o que só foi debelado com a presente operação.

Estimativas iniciais apontam que a organização desviava cerca de R$ 60 mil por fim de semana de funcionamento, somente no Parque Mutirama. Conforme o MPGO, as investigações prosseguirão no decorrer da semana.

Por nota, a Prefeitura de Goiânia informou que acompanha com muita atenção o desenrolar da operação do Ministério Público e tem colaborado com as investigações, no intuito, sobretudo, de ver esclarecidas as denúncias. O texto ressalta que a prefeitura reitera “toda sua confiança no trabalho do órgão ministerial e se empenhará para que todos os culpados sejam devidamente identificados e punidos de acordo com a legislação vigente”.

Já o atual presidente da Agetul, Alexandre Magalhães, declarou que a descoberta do esquema foi feita após a pasta começar a realizar um controle maior da venda de ingressos e comparar a bilheteria arrecadada pela atual gestão com anos anteriores. “Assim que assumimos a Agetul, em janeiro deste ano, observamos que havia no órgão uma formação criminosa, que desviava dinheiro advindo da venda de ingressos. O crime, por sua vez, só foi identificado após controle da venda de ingressos realizado pela atual gestão”, explicou.

Conforme o presidente da Agetul, após a descoberta do esquema o órgão municipal começou a repassar as informações e comparativos ao MP. “Em janeiro, apresentamos ao MP os números do que ocorreu na Agência nos últimos anos. Em posse desses dados, e com a nossa colaboração, o Ministério Público realizou uma investigação, que culminou na operação deflagrada nesta terça-feira”, relatou.

Ainda de acordo com o presidente, os servidores públicos envolvidos no esquema falsificavam os ingressos e desviavam o dinheiro arrecado com a bilheteria. “Por exemplo, 3 mil ingressos eram vendidos em um único dia. No entanto, dentro desse lote, apenas 300 bilhetes eram verdadeiros. Os outros 2.700 seriam falsos e apenas o dinheiro arrecado com a venda de 300 era repassado para os cofres do município”, pontua.

Uma coletiva de imprensa deve ser agendada em breve para prestar maiores esclarecimentos sobre a operação.