Operação fecha duas clínicas de Valparaíso por suposto uso de botox e cremes vencidos em pacientes
Estabelecimentos não tinham alvarás de funcionamento e foram fechados
A Polícia Civil deflagrou nesta quarta-feira (15), em Valparaíso, a Operação Afrodite. As investigações culminaram no fechamento duas clínicas, uma de saúde e outra de estética, que supostamente usavam produtos vencidos em pacientes. Entre os itens estavam toxinas botulínicas, botox, usadas para suavizar marcas de expressão; e cremes variados para peeling e massagem.
Segundo a Polícia Civil, a corporação recebeu a denúncia de uma ex-funcionária da empresa, que disse ter presenciado a aplicação de produtos com validade expirada. Ela, inclusive, mostrou fotos das mercadorias com a data ultrapassada em uma lixeira da clínica.
A delegada Samya Nogueira, responsável pela investigação, relatou que um casal é dono dos dois estabelecimentos. Os itens vencidos ficavam armazenados na clínica de saúde. A de estética era usada apenas para realizar as aplicações.
“Flagramos vários depósitos de cremes de massagem e cremes de peeling vencidos em uma quantidade muito grande para ser utilizada apenas por uma pessoa”
Proprietária disse que usaria botox vencido
Durante a busca a apreensão na clínica de estética, os agentes detectaram ampolas de produtos vencidos em 2021, outras que venceriam em 2023 e algumas que estavam sem data de validade. Os policiais também encontram um anabolizante, mas um dos funcionários disse que o produto era usado por ele e que o local não fazia este tipo de aplicação.
Já na clínica de saúde, agentes encontraram ampolas de botox. Inclusive, uma delas era armazenada em um frigobar com alimentos, embora estivesse vencida. A dona da clínica, porém, disse que o produto seria usado por ela e que não pretendia aplicá-lo nas pacientes – o que está sendo investigado.
Os policiais também encontraram cremes de massagem e cremes para fazer peeling vencidos.
Sem alvarás
Além das mercadorias vencidas, os agentes apuraram que os locais não tinham alvarás para funcionamento. Por isso, a Vigilância Sanitária decidiu fechar os estabelecimentos.
Os proprietários não foram presos em flagrante porque, segundo a delegada, produtos vencidos não estavam sendo vendidos ou usados no momento da busca e apreensão. A dupla, porém, foi encaminhada à delegacia. A Polícia Científica também esteve no local.