Operação policial apreende cerca de R$ 50 milhões em cigarros contrabandeados em Goiás
A Policia Rodoviária Federal (PRF), junto com o Comando de Operação de Divisas da Polícia…
A Policia Rodoviária Federal (PRF), junto com o Comando de Operação de Divisas da Polícia Militar (COD) e a Receita Federal, desenvolveram uma operação que acarretou na apreensão de 8 milhões de maços de cigarros contrabandeados do Paraguai que estão avaliados em cerca de R$ 50 milhões. O balanço foi apresentado nessa quarta-feira (30) no galpão da PRF em Senador Canedo.
A operação já ocorre há cerca de dois meses em diversas rodovias estaduais e federais do Estado. Cerca de 15 caminhões foram apreendidos, sendo que 13 eram roubados ou furtados e estavam com as placas adulteradas. Além dos cigarros, foram apreendidos roupas, cerca de 300 quilos de drogas, três armas de fogos, um grande quantidade de munições e carros roubados ou furtados. Cerca de 22 pessoas foram presas no decorrer da ação; algumas delas eram foragidas da polícia.
O inspetor da PRF Vinícius Veiga conta que foi possível identificar algumas das rotas mais utilizadas por criminosos, já que o transporte rodoviário é muito forte no país. Assim, o inspetor salienta os pontos positivos do trabalho realizado: “O diferencial dessa operação foi a união de forças desses órgãos, o alcance geográfico que conseguimos e como esse trabalho foi importante pela a retirada desses produtos, já que cerca de 25% do cigarro contrabandeado é consumido pelos brasileiros.”
Vinícius Veiga ressalta que a operação vai continuar para intensificar ainda mais as apreensões de produtos contrabandeados. “Muita das vezes nós fazemos uma fiscalização intensificada e a organização criminosa acaba mudando a sua rota ou utilizando rotas alternativas. Então vamos continuar com essa parceria para fechar o cerco para essa quadrilhas”, disse.
Em relação aos produtos, o inspetor destacou que as organizações criminosas acabam se financiando por diversas formas como o tráfico de drogas, aluguéis de armamentos, roubo de instituições financeiras, entre outras. “Assim, os crimes acabam entrando em conexão, já que combatendo o contrabando de cigarros, chegamos a outras práticas criminosas”, pontua.
Para o tenente-coronel Herikson de Souza, do COD, o que mais chamou atenção da operação foi a tecnologia que os criminosos utilizavam para o carregamento e transporte da mercadoria. “A forma de armazenamento da carga em diversos caminhões tanques era dado em um fundo falso que é oco, onde os cigarros eram colocados e que posteriormente tinha o ar retirado, fazendo a carga ficar lacrada e dificultando a sua identificação. Esse fundo foi descoberto a partir de acesso mecânicos como engatar a chave e apertar uma trava que era escondida, para, enfim, o compartimento ser aberto”, ressalta.
Herikson ainda frisa a estimativa de lucro e o malefício que o produto traria para a saúde da população. “O lucro aumenta na estimativa em que outras áreas são abrangidas. Nós acreditamos que a carga não ficaria só na região de Goiânia e Distrito Federal, mas iria principalmente para as periferias de pequenas cidades do Estado, e também ser transportada para a Bahia. Assim o cigarro já faz mal para as pessoas produzido regularmente, imagine o que é feito em um local que não segue as normas de segurança sanitária e outras inspeções.”
O auditor fiscal da Receita Federal Guilherme Renovato diz que a parceria na operação foi muito importante e todo o suporte que cabe ao órgão foi dado. “É importante ressaltar que foi um trabalho de inteligência entre todos os envolvidos e que somados, tiravam a deficiência que cada um tem para a realização do trabalho. Investimos os nossos equipamentos para combater o crime organizado. Um deles foi o helicóptero que consegue uma ampla visão de acontecimentos por meio de uma câmera de infravermelho, inclusive no período noturno”, comenta.
Guilherme ainda ressalta que a participação direta dos agentes se deu no momento em que a mercadoria adentrou no país de forma ilegal, sem o consentimento das autoridades. “O cigarro é o produto com maior tributação do país, então o prejuízo tributário e de serviços que essa mercadoria traz é grande, já que o contrabando só favorece os próprios contrabandistas”, completa.
Os produtos apreendidos serão levados para o aterro sanitário e incinerados. Os veículos roubados passarão por inspeção da Polícia Técnico-Científica, que entrará em contato com os respectivos donos após realizar as identificações.
* João Paulo Alexandre é integrante do programa de estágio do convênio entre CIEE e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo.