Operação prende bispo de Formosa e outros 8 integrantes da Igreja Católica por desvio de dinheiro
Operação Caifás, do MP, ainda apreendeu dinheiro, jóias, relógios e outros objetos de valor. Acusados serão ouvidos na tarde desta segunda (19)
Acusados de desvio de dinheiro proveniente de dízimos, doações, taxas de batismo, casamento e de arrecadações festivas, nove pessoas da Igreja Católica de Formosa foram presas na manhã desta segunda-feira (19), no município. Entre os detidos estão o bispo de Formosa, Dom José Ronaldo Ribeiro, o vigário geral, monsenhor Epitácio, quatro padres e três servidores administrativos.
A operação, batizada de Caifás, foi deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), em Formosa, Posse e Planaltina, com objetivo de desarticular uma associação criminosa que desviava recursos da cúria, administração central, da Diocese de Formosa e de algumas paróquias ligadas a ela em outras cidades.
Dos 13 mandados de prisão requeridos, nove foram autorizados, os quais somam-se aos 10 mandados de busca apreensão executados. Segundo informações da assessoria de imprensa do órgão, nas residências inspecionadas, foram apreendidos dinheiro em espécie, jóias e relógios entre outros objetos de valor.
Com o cumprimento dos mandados, promotores Fernanda Balbinot e Douglas Chegury irão iniciar oitivas com os acusados, além de analisar a procedência dos objetos apreendidos. O objetivo é certificar se os objetos são fruto dos mencionados desvios.
Os acusados foram encaminhados para o Fórum da cidade, onde permanecerão detidos na condição de prisioneiros temporários. Inicialmente, eles permanecerão no local por até cinco dias, no entanto, o prazo pode ser prorrogado de acordo comas informações obtidas em depoimento.
Segundo o MP-GO, as investigações se iniciaram após o órgão ter recebido denúncias de apostolados leigos (fiéis) dando conta que os desvios haviam sido iniciados em 2015. Acionado, o Ministério Público apurou as denúncias que culminaram com a operação. Neste momento os promotores ainda cumprem as diligências, que envolvem a Diocese, paróquias e um mosteiro.
Coordenada pela supracitada dupla, a operação tem participação de mais de dez promotores, apoiados pelo Centro de Inteligência do MP, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Entorno do Distrito Federal, do Gabinete de Segurança Institucional (CSI-MP), além das polícias Civil e Militar.
Neste momento, o Mais Goiás tenta contato com a Cúria de Formosa e com a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sediada em Brasília.