Operação resgata 15 trabalhadores em situação de escravidão em fazenda em Goiás
Operação realizada entre 29 de janeiro e o último sábado (3) resgatou 15 trabalhadores em…
Operação realizada entre 29 de janeiro e o último sábado (3) resgatou 15 trabalhadores em condições análogas à da escravidão na Fazenda Santa Adelaide, no município de São Miguel do Araguaia, a 500 quilômetro de Goiânia. De acordo com o auditor fiscal da Superintendência Regional do Trabalho de Goiás (SRT-GO), Roberto Mendes, os homens, todos adultos, viviam em alojamentos precários, não tinham equipamentos adequados para realização do serviço e não recebiam direitos trabalhistas.
Segundo Roberto, a equipe, formada por auditores, integrantes do Ministério Público do Trabalho e agentes da Polícia Rodoviária Federal, foi averiguar uma denúncia sobre condições de trabalho de plantadores de melancia, mas encontraram outra situação irregular. “Nos desencontramos dos plantadores, pois a colheita já tinha terminado. Por outro lado, nos deparamos com 15 trabalhadores que produziam cercas de arame para a fazenda em situações análogas à da escravidão. Todos estavam sem registro e alguns registrados em nomes de laranjas”.
Na oportunidade, a equipe entrou em contato com o gerente da fazenda, que por sua vez comunicou o proprietário, o empresário paulista José Eduardo Sanches , sobre a presença da fiscalização. “De imediato ele se prontificou a regularizar a situação dos trabalhadores, efetuando o registro deles, bem como o pagamento de verbas rescisórias no valor de R$ 105 mil. Alguns dos homens trabalhavam nessas condições há dois anos”, sublinha.
De acordo com o auditor, o proprietário irá responder por infrações trabalhistas administrativas, possível dano moral coletivo, junto ao Ministério Público, e pelo crime de submissão de trabalhador à situação de escravidão moderna, que pode gerar pena que variam de quatro a oito anos de reclusão.
O Mais Goiás tentou contato com o administrador da Fazenda Santa Adelaide para obter o contato com o proprietário, José Eduardo Sanches, mas as ligações não foram atendidas. A reportagem também tentou contato com um funcionário da administração da fazenda, identificado apenas como Welton, mas ele não quis se pronunciar sobre o assunto.